O Brasil exportou 25,7% mais café em julho deste ano em comparação com julho do ano passado, alcançando 3,774 milhões de sacas de 60 quilos. Em faturamento, os embarques da commodity no mês passado arrecadaram US$ 932,5 milhões, alta de 47,9% ante julho de 2023. Os números foram divulgados há pouco pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Com embarques em alta, o volume exportado de janeiro a julho bateu recorde para o período, de 28,146 milhões de toneladas, alta de 46,3% em relação a igual período de 2023. Sobre o recorde de 23,852 milhões de toneladas que havia sido registrado até então, o salto foi de 18%.

Em relação ao faturamento, outro recorde, informa o Cecafé: US$ 6,277 bilhões entre janeiro e julho de 2024, alta de 50% em relação a igual intervalo de 2023 e de 19,5% quando comparado ao recorde anterior, de US$ 5,252 bilhões (de janeiro a julho de 2022).

Mesmo com desempenho recorde, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, alerta sobre os frequentes atrasos e alterações nas escalas de navios para embarques de café nos portos, que “permanecem intensos”. “De acordo com o Boletim Detention Zero, elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 675 navios destinados à exportação do produto sofreram adiamentos no segundo trimestre de 2024, ou 56% dos 1.211 porta-contêineres movimentados no acumulado de abril ao fim de junho”, aponta Ferreira, em nota.

Em relação aos tipos de café, o Cecafé informa que, em julho, os canéforas (conilon + robusta) mantiveram o significativo desempenho dos meses anteriores, ao avançarem 82,2% na comparação anual e somarem 900.818 sacas, segundo maior volume para um mês na história, atrás apenas das 902.266 sacas de novembro de 2023. O arábica cresceu 13%, para 2,491 milhões de sacas; o solúvel, com 376.524 sacas, evoluiu 26%; e o segmento de torrado e torrado e moído embarcou 5.552 sacas, com incremento de 47%.

No acumulado de janeiro a julho, o Cecafé diz que o café arábica, com a exportação de 20,652 milhões de sacas no período, segue como o mais exportado pelo Brasil. Esse volume representa 73,4% do total e implica alta de 31,1% na comparação com o período de janeiro a julho do ano passado. A espécie canéfora, com 5,178 milhões de sacas e substancial crescimento de 313,7% ante 2023, vem na sequência, representando 18,4% do geral. O segmento do café solúvel, com 2,290 milhões de sacas – avanço de 4,0% e 8,1% do total -, e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 25.634 sacas (-9,2% e 0,1% de representatividade), completam a lista.

Ferreira observa que os cafés conilon e robusta brasileiros “permanecem em destaque no acumulado deste ano, ocupando os espaços deixados pela menor oferta dos principais concorrentes, como Vietnã e Indonésia, e favorecidos pela boa safra de 2023 e pelos volumes já colhidos neste ano”, diz. “Assim, os canéforas brasileiros são importados, inclusive, por vietnamitas e indonésios.”

O principal país importador de café brasileiro segue sendo os Estados Unidos, com 4,516 milhões de sacas entre janeiro e julho de 2024, ou 31,1% mais em relação a igual intervalo de 2023 e 16% das exportações totais de café do Brasil. Em segundo lugar, vem a Alemanha, que adquiriu 14,3% do total exportado pelo País, ou 4,027 milhões de sacas de janeiro a julho – +77% em relação aos sete primeiros meses de 2023. Fechando o top 5, vêm Bélgica, com a compra de 2,711 milhões de sacas (+156,3%); Itália, com 2,218 milhões de sacas (+48,6%); e Japão, com 1,311 milhão de sacas (+6%).

O Cecafé destaca, ainda, que, com a aproximação da vigência do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), a partir de 1º de janeiro de 2025, cabe destacar o crescimento dos embarques a esse bloco econômico, que representa 47,3% de todas as exportações dos cafés do Brasil. “Nos sete primeiros meses de 2024, exportamos 13,305 milhões de sacas à UE, ou 64,9% a mais na comparação com idêntico intervalo de 2023”, finaliza.