“Tenho uma foto com a Sheilla e com a Thaísa em Saquarema, em 2012, quando elas chegaram com a medalha olímpica. Já faz cinco anos e hoje estou tendo oportunidade na seleção. Às vezes, a ficha não cai. Já passei por muita coisa e espero passar por muitas outras para ter uma medalha igual a delas”, sonha Rosamaria. Aos 23 anos, a jogadora é um dos expoentes da nova geração do vôlei brasileiro.

Enquanto algumas titulares da seleção decidiram fazer de 2017 um ano sabático, as mais jovens usam o período para ganhar experiência internacional e conquistar a confiança do técnico José Roberto Guimarães.

O amistoso contra a Polônia nesta quinta-feira, às 21h30, em São Paulo, é o último ensaio para o próximo desafio: o Grand Prix, que será disputado de 7 de julho a 5 de agosto. Sincronia é a característica mais desejada por Zé Roberto Guimarães para o grupo em formação. E a bola passa cada vez mais pelas mãos de Rosamaria, que hoje atua como ponteira.

Sua estreia na seleção adulta ocorreu nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em 2015. Ganhou oportunidade na posição de oposta e teve ao seu lado o respaldo de Jaqueline e outras atletas consagradas. Mas não era esse papel que Zé Roberto Guimarães tinha em mente para a jogadora de 1,85 metro, considerada “baixinha” para a função.

A transição foi gradual até ela incorporar de vez a mudança. Referência no ataque, Rosamaria trabalha para desenvolver os aspectos defensivos. Versatilidade é um de seus trunfos. “O mais importante é dar opções para o técnico, fazer uma bagunça na cabeça dele”.

No Torneio de Montreux, na Suíça, Rosamaria foi titular da equipe pela primeira vez. Ela não tem pressa, mas tem vontade. Com tranquilidade, trabalha para se consolidar entre as selecionáveis. “Quando vejo minhas fãs, penso: ‘Eu realmente cheguei aqui’. Foi um baque no início, mas preciso pensar em como vou me manter”. Dando um passo de cada vez, quer chegar do outro lado do mundo para buscar a medalha nos Jogos de Tóquio-2020.