Ao menos nove pessoas morreram e 2,8 mil ficaram feridas nas explosões simultâneas de centenas de pagers de supostos membros do grupo xiita Hezbollah, ação atribuída à inteligência de Israel.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 200 indivíduos estão internados em estado grave, a maioria com lesões no rosto, nas mãos e no estômago.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um dispositivo explodindo no bolso de um homem dentro de um mercado em Beirute e o indivíduo correndo na sequência.

+ Pager, um precursor do celular apreciado por sua confiabilidade

Segundo a mídia internacional, um ataque cibernético provocou explosões de centenas de pagers em Beirute e Damasco, capitais do Líbano e da Síria, respectivamente.

Uma fonte próxima à milícia libanesa disse que uma menina de 10 anos morreu nas detonações, enquanto a imprensa de Israel publicou que pelo menos mil pessoas ficaram feridas, incluindo o embaixador iraniano no Líbano, Mojtaba Amani.

“Quatorze pessoas de nacionalidades desconhecidas ficaram feridas em Damasco e arredores depois da explosão de ‘pagers’ usados pelo Hezbollah”, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização com sede no Reino Unido.

O Hezbollah está na esfera de influência do Irã e é aliado do grupo fundamentalista islâmico Hamas, protagonista de uma guerra de quase um ano contra Israel na Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde do Líbano colocou os hospitais em alerta para receber feridos nas detonações, enquanto um membro do Hezbollah disse ao jornal israelense Haaretz que essa foi a “maior violação de segurança” sofrida pelo grupo desde o início da atual guerra em Gaza, que provocou um aumento das hostilidades na fronteira libanesa.

Pagers se popularizaram nos anos 1990 e caíram em desuso devido à evolução dos celulares, mas ainda hoje são o meio de comunicação preferido pelo Hezbollah para evitar o risco de interceptação de mensagens.

Até o momento, o governo de Israel não comentou a ação.