Adir de Oliveira Mariano, de 46 anos, é a única vítima fatal da explosão que ocorreu na noite de quinta-feira, 13, na rua Francisco Bueno, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Ele estava dentro do imóvel onde havia fogos de artifícios, em uma área residencial da cidade. Outras 10 pessoas ficaram feridas. De acordo com a Defesa Civil, ao menos 21 imóveis vizinhos foram danificados e interditados.
Durante coletiva de imprensa, o delegado Filipe Soares, da 5ª CERCO (Central Especializada em Repressão ao Crime Organizado), informou que a Polícia Civil investiga se havia fabricação dos explosivos. Adir tinha passagens por soltar balões e tinha se mudado para a casa alugada há cerca de 40 dias. O contrato de locação estava no nome de Alessandro Mariano, irmão de Adir que já prestou depoimento à polícia.
A explosão no local ocorreu por volta da 19h43 de quinta- feira. As causas do acidente ainda são investigadas. Imagens registradas por moradores da região, mostram as chamas e uma enorme nuvem de fumaça. O impacto da explosão quebrou vidros de vários apartamentos em um prédio que fica próximo do local.

Explosão no Tatuapé
Mariano chegou a ser detido em 2011 sob acusação de integrar um grupo de baloeiros em São José dos Campos, mas acabou sendo solto.
Em 2015, Adir e outras pessoas foram absolvidas pela Justiça das acusações de “associação criminosa” porque integrariam grupo de baloeiros que cometeram “crime ambiental” na região.
De acordo com informações preliminares, a explosão atingiu residência em um raio de três quarteirões, nove veículos também foram atingidos.
Por meio de nota enviada à IstoÉ, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que, no total, 10 pessoas receberam atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), incluindo a proprietária do imóvel onde ocorreu a explosão. A mulher sofreu ferimentos leves na cabeça e precisou ser encaminhada Hospital Nipo-Brasileiro. “Outras vítimas foram socorridas a unidades de saúde próximas ou atendidas no local pelas equipes de emergência”, completou.
Brasil é o segundo maior produtor de fogos de artifícios no mundo
Por meio de nota, a Aliança Brasileira de Pirotecnia manifestou preocupação em relação à suspeita de fabricação clandestina de fogos de artifícios no local onde ocorreu a explosão na zona leste de São Paulo.
O movimento informou que o Brasil é o segundo maior produtor mundial de fogos de artifícios, atrás apenas da China, e há uma regulação rigorosa para a produção legal de produtos pirotécnicos. A fabricação autorizada é fiscalizada pelo Exército e só pode ocorrer em fábricas instaladas em zonas rurais.
A Aliança ressaltou que o episódio não tem qualquer relação com o mercado formal de fogos de artifícios, e acompanha as investigações e apoia o trabalho das autoridades “no enfraquecimento à fabricação clandestina” dos produtos.