Os Estados Unidos foi cenário neste sábado de dois ataques com bomba em Nova York e Nova Jersey e um com arma branca em Minnesota, ativando a hipótese terrorista, embora as autoridades se mantenham prudentes.

No total, 38 pessoas ficaram feridas, 29 delas em uma explosão na noite de sábado no centro de Manhattan; e as outras nove por arma branca em um centro comercial de Saint Cloud, em Minnesota.

Ambos os incidentes aconteceram praticamente ao mesmo tempo: a bomba explodiu no bairro nova-iorquino de Chelsea às 20H30 locais (0H30 GMT, 21H30 horário de Brasília), e o ataque em Minnesota às 20H00 (1H00 GMT, 22H00 horário de Brasília).

Horas antes, em Nova Jersey, explodiu uma bomba artesanal em Seaside Park, em uma corrida com centenas de participantes. Não houve vítimas graças a um atraso na partida, segundo um porta-voz do Ministério Público local.

A polícia confirmou mais tarde que no sábado à noite encontrou, a alguns passos do lugar da explosão de Manhattan, um segundo artefato que não estourou.

O único dos ataques que foi reivindicado foi o de Minnesota, pelo grupo radical Estado Islâmico (EI).

O autor do ataque com arma branca “era um soldado do Estado Islâmico, que respondeu aos pedidos para tomar como alvos os cidadãos dos países-membros da coalizão dos cruzados”, informou a Amaq, órgão de propaganda do EI.

– Ato terrorista? –

O criminoso, identificado pela imprensa como um americano de origem somali, foi abatido por um agente que não estava em serviço, indicou a polícia. Segundo o jornal St.Cloud Times, o agressor era Dahir Adan, de 22 anos, estudante da universidade local.

As autoridades se mostraram muito prudentes neste domingo sobre as motivações dos ataques, e evitaram em geral falar de “terrorismo”.

“Investigamos esses fatos como um potencial ato de terrorismo. Mas ressaltou que é potencial. Ainda há muitas coisas que não sabemos”, disse neste domingo o agente do FBI encarregado da investigação em Minnesota, Rick Thornton.

De Nova York, o chefe de polícia da cidade, James O’Neill, afirmou que “pelo menos até agora nenhuma pessoa ou grupo se declararam responsáveis”, assim como o de Nova Jersey.

Apenas o governador de Nova York, Andrew Cuomo, considerou o ataque com bomba como um “ato terrorista”, mas descartou que esteja vinculado com o “terrorismo internacional”.

Cuomo também confirmou que outro artefato explosivo foi encontrado sem ter explodido a algumas quadras de distância, sobre a rua 27.

“O estouro de uma bomba em Nova York é obviamente um ato terrorista, mas (este ataque) não está vinculado ao terrorismo internacional. Quer dizer, não encontramos conexões com o grupo Estado Islâmico”, disse Cuomo.

Já Bill de Blasio, de Nova York, foi mais cauteloso.

“Não sabemos a motivação, não sabemos sua natureza. Não sabemos se teve uma motivação política ou se foi uma motivação pessoal”, disse De Blasio.

“Os 29 feridos receberam alta e deixaram o hospital. É uma notícia muito boa”, disse Daniel Nigro, o comandante de bombeiros da cidade que receberá nesta semana vários chefes de Estado na Assembleia Geral da ONU.

Todos destacaram, contudo, que o dispositivo de segurança foi reforçado com mais mil agentes.

Cuomo disse que a medida foi tomada por precaução. “Não temos qualquer motivo para pensar que há outras ameaças imediatas”.

Todos esses incidentes podem entrar nos debates eleitorais, a semanas da votação de 8 de novembro.

O republicano Donald Trump se solidarizou com as vítimas de Nova York, com um tuíte em que expressou suas “condolências e seus melhores desejos aos familiares e às vítimas da terrível explosão em Nova York”.

A democrata Hillary Clinton condenou “os ataques aparentemente terroristas de Minnesota, Nova Jersey e Nova York”, e lembrou seu plano para “vencer o EI e outros grupos terroristas”.