Uma forte explosão deixou pelo menos oito mortos e mais de 750 feridos neste sábado (26) em um estratégico porto no sul do Irã, informaram as autoridades, enquanto a televisão estatal reportou que o incêndio se intensificou e pode se propagar.
O porto de Shahid Rajaee é crucial para o comércio, pois está próximo à cidade de Bandar Abbas e da margem norte do estreito de Ormuz, por onde passa um quinto da produção mundial de petróleo.
Os meios de comunicação estatais informaram que uma “enorme explosão” atingiu o porto, na província de Hormozgan, mais de 1.000 quilômetros ao sul da capital Teerã. Por esse terminal transita 85% dos produtos iranianos.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, ordenou uma investigação para esclarecer as causas. Mais cedo, a Alfândega do porto indicou à televisão nacional que a explosão provavelmente foi causada por um incêndio no armazém de materiais perigosos e químicos.
A explosão, que pôde ser ouvida a dezenas de quilômetros de distância, ocorreu pouco depois do meio-dia, horário de Teerã (5h30 em Brasília).
O fogo ainda não foi controlado e a emissora estatal reportou que o incêndio ganhou força. “É possível que se propague para outras áreas e a outros contêineres”.
Na medida que as horas passam, o balanço de vítimas só aumenta e o ministro do Interior, Eskandar Momeni, que se dirigiu para o local da tragédia, voltou a atualizar o número de mortos.
“Este incidente deixou oito mortos e 750 feridos. Foram enviados recursos de Teerã e de outras cidades […] esperamos conseguir extinguir o fogo nas próximas horas”, informou Momeni à televisão. O boletim anterior dava conta de cinco mortos e 700 feridos.
No desastre, três cidadãos chineses ficaram “levemente feridos”, informou a emissora estatal chinesa CCTV, citando o consulado do país em Bandar Abbas.
Não foram divulgados dados sobre o número de funcionários que estavam no porto no momento da explosão, que ocorreu em um dia útil.
Todos os estabelecimentos de ensino da região permanecerão fechados neste domingo, anunciou a televisão nacional.
Imagens gravadas por uma câmera de vigilância e publicadas pela agência Mehr mostram uma explosão em um armazém, causando uma espessa nuvem de fumaça e poeira.
O presidente iraniano expressou sua solidariedade às vítimas da explosão mortal e determinou uma investigação sobre as causas, confiando a tarefa ao ministro do Interior.
Imagens de televisão mostravam espessas nuvens de fumaça sobre a área do porto, onde há vários contêineres, com helicópteros sobrevoando para apagar as chamas.
Outras imagens, da agência de notícias oficial IRNA, mostram socorristas e sobreviventes em uma ampla avenida coberta de escombros.
Mehrdad Hasanzadeh, chefe da autoridade de gestão de emergências provincial, explicou à emissora nacional que “a causa deste incidente foi a explosão de vários contêineres armazenados na área do cais do porto”.
A detonação foi tão potente que pôde ser sentida e ouvida a cerca de 50 quilômetros de distância, informou a agência de notícias Fars, e alguns moradores afirmaram que, mesmo longe do porto, foi possível sentir o chão tremer.
“A onda expansiva foi tão forte que a maioria dos edifícios do porto sofreu graves danos”, reportou a agência Tasnim.
O porto de Shahid Rajaee é o terminal de contêineres mais tecnológico do Irã, segundo a agência oficial de notícias IRNA.
A Companhia Nacional Iraniana de Distribuição de Produtos Petrolíferos declarou em um comunicado, difundido pelos meios de comunicação locais, que “a explosão no porto de Shahid Rajaee não tem nenhuma relação com refinarias, tanques de combustível, complexos de distribuição nem oleodutos”.
A empresa alegou que “as instalações petrolíferas de Bandar Abbas funcionam normalmente”.
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