Experiências internacionais de reforma da educação são exibidas no Brasil

Experiências internacionais de reforma da educação são exibidas no Brasil

As experiências internacionais de reforma da educação de países como Polônia, México, Estados Unidos e Suíça foram apresentadas hoje (17) durante um seminário promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e o Banco Mundial, em Brasília. A meta é apontar um caminho para o aprimoramento da reforma do ensino médio que será feita no Brasil, com a discussão da Medida Provisória do Ensino Médio (MP 746/2016).

“Há cerca de 20 anos, a Polônia era um país de renda média, como o Brasil. Em um período de dez anos, saiu de um lugar abaixo dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) [na avaliação educacional] e hoje ocupa o nono lugar entre todos os países, graças a uma reformulação do ensino médio. Então, é possível fazer no curto prazo”, disse o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser, ressaltando que o Brasil também pode ter resultados positivos com uma reforma.

Para ele, a estagnação do índice que mede a qualidade do ensino médio nos últimos anos é um problema que precisa ser enfrentado, assim como as altas taxas de repetência e a evasão escolar. A saída, segundo Raiser, pode ser construída com ampliação para o ensino integral, a integração com o ensino técnico e a flexibilização do currículo, avaliando o melhor modelo para o Brasil.

Base deve ficar pronta em janeiro

Pela Medida Provisória, o conteúdo obrigatório mínimo será estabelecido na Base Nacional Comum Curricular, que será definida no Conselho Nacional de Educação. Segundo a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Castro, a base que engloba a educação infantil e o fundamental deve estar pronta em janeiro e as discussões da base do ensino médio estão sendo iniciadas.

“No fundo é a mesma base, mas no ensino médio não é obrigatório e comum nos três anos, há diversificação. Mas a base para português e matemática, por exemplo, deve ser a mesma, não vamos mudar as competências esperadas ao final do ensino médio em relação às competências gerais”, disse, explicando que a ideia é sair do modelo rígido e único e seguir com um ensino médio mais flexível e diversificado.

Para o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Frederico Amâncio, a edição da MP é uma oportunidade para aprofundar e debater a temática da reforma do ensino médio, que, apesar de alguns avanços nos últimos anos, tem ficado aquém no que diz respeito à qualidade.

“A preocupação não é só por resultados, mas reflete outros aspectos importantes para aqueles que devem ser o centro da atenção, que é o estudante. Quando percebemos os dados dos estudantes fora da escola não é só por uma questão de acesso, mas por não enxergar o ensino médio como relevante. Eles acham o ensino médio chato, precisamos [transformá-lo] mais atrativo”, disse.