Enquanto os fundos de investimentos imobiliários brasileiros, também chamados de FII, se concentram nas áreas de logística, saúde e espaços comerciais, nos Estados Unidos há um fundo para quase tudo: desde antenas de telefonia, cassinos, passando por presídios e até cemitérios. Chamados popularmente de REITs, sigla para Real Estate Investment Trust no plural, eles são uma classe de ativos para investimento que distribui ao menos 90% de seu lucro tributável aos acionistas. E, para se ter ideia de seu tamanho e rentabilidade, apenas os 170 REITs listados em bolsa nos EUA possuem capitalização de US$ 1,4 trilhão, com 535 mil propriedades e 145 milhões de investidores.

Já no Brasil, os FII movimentam apenas R$ 150 bilhões, ou seja, não chegam nem perto do que é negociado na terra do Tio Sam. “O mercado norte-americano é extremamente hipotecário e a mentalidade dos investidores é outra. Eles não querem só a segurança da poupança”, explica Alexandre Cruz, especialista da Quattro Investimentos. Segundo Cruz, os brasileiros podem investir diretamente nos fundos estrangeiros, buscando sempre diversificar a carteira para não acabar correndo grandes riscos.

Se investir em prisões está em alta no momento, apostar no mercado de cannabis pode ser uma má ideia. Segundo Guilherme Morais, analista da VG Research, as plantações de maconha estão muito atreladas às regulações e leis de cada estado. “O uso medicinal é legal em 38 estados, o recreativo em 18, mas isso pode mudar a qualquer momento”, diz. Quanto à questão moral de se investir em locais como asilos e cemitérios, Morais afirma que é preciso encarar a cultura de cada país. “Por lá é comum que os filhos levem os pais para morar em uma casa de repouso”, diz. Apesar do crescimento que o setor funerário teve com a pandemia, agora esses REITs estão em estabilidade devido à queda da taxa de mortalidade da Covid. Se no mundo das finanças nada é garantido, a certeza de que um dia todo mundo irá precisar desse tipo de serviço é certa. Lucrar com isso é um mero detalhe.