O exército do Níger anunciou nesta quinta-feira (21) ter matado um líder do grupo jihadista Boko Haram na bacia do lago Chade, onde o país faz fronteira com a Nigéria, Chade e Camarões.
Ibrahim Mahamadou, conhecido como Bakura, foi abatido na semana passada durante uma operação “de precisão” numa ilha da região de Diffa, no sudeste do Níger, segundo um comunicado.
Ele liderava um grupo dissidente leal a Abubakar Shekau, ex-líder do Boko Haram. Recusou-se a se juntar à facção rival, o Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), e mudou-se para as ilhas da margem nigerina do lago com seus combatentes.
A insurgência do Boko Haram contra o governo da Nigéria para estabelecer um califado islamista no nordeste do país africano começou em 2009 e já deixou cerca de 40 mil pessoas mortas e forçou mais de dois milhões a fugir de suas casas.
O conflituoso combate se espalhou além das fronteiras da Nigéria. Seu vizinho Níger sofreu os primeiros ataques do grupo jihadista em Bosso, às margens do lago, em 2015.
O Exército nigerino declarou que Bakura foi atacado por um avião de combate na madrugada de 15 de agosto e o classificou como um “líder temido” do grupo.
“Muito cedo na manhã de 15 de agosto, um avião de combate da força aérea lançou três ataques seletivos e sucessivos contra as posições que Bakura ocupava em Shilawa”, acrescentou.
O dirigente tinha cerca de 40 anos e era natural da Nigéria, segundo as forças militares do Níger.
Ele se juntou ao Boko Haram há mais de 13 anos e assumiu a liderança do grupo após a morte de Shekau durante as lutas internas jihadistas em maio de 2021.
Seu nome está associado ao sequestro de mais de 300 estudantes em Kuriga, na Nigéria, em março de 2024, bem como a atentados suicidas contra mercados, mesquitas e reuniões de civis, além de ataques contra os exércitos da Nigéria, Níger, Chade e Camarões, segundo o Exército nigerino.
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