Pescadores locais e milícias antijihadistas acusaram, nesta quinta-feira (31), o Exército do Chade de ter matado por engano “dezenas” de pescadores na Nigéria, quando tentavam atacar jihadistas do Boko Haram.

Um oficial do Estado-Maior chadiano, que pediu anonimato, indicou à AFP que “os [jihadistas do] Boko Haram se misturam constantemente entre pescadores e camponeses cada vez que cometem seus crimes, por isso é difícil diferenciar entre a população e os terroristas”.

“Um avião [de caça] que pertence ao Exército chadiano atacou pescadores na ilha de Tilma, matando muitos deles”, declarou Babakura Kolo, líder de uma milícia antijihadista.

“O avião achou que os pescadores eram terroristas do Boko Haram que atacaram uma base militar no Chade no domingo”, continuou. O balanço deste ataque, realizado pelo grupo jihadista na madrugada de segunda-feira contra uma base militar na região do Lago Chade, é de “cerca de 40 mortos”, segundo as autoridades chadianas.

“O avião de caça circulou Tilma antes de começar a lançar bombas, enquanto as pessoas corriam em todas as direções para se salvar”, declarou Sallau Arzika, um pescador.

Os soldados chadianos são alvos frequentes do Boko Haram na região do Lago Chade.

Este grande corpo d’água situado entre Níger, Nigéria, Camarões e Chade está repleto de ilhotas que abrigam combatentes do grupo jihadista ou de seu braço dissidente, o Estado Islâmico na África Ocidental.

A insurreição do Boko Haram surgiu em 2009 na Nigéria, onde deixou cerca de 40.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados, antes de se estender aos países fronteiriços.

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