23/10/2023 - 6:33
O Exército deverá responsabilizar ao menos 20 militares pelo furto de 21 armas do Arsenal de Guerra em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, e o Comando Militar do Sudeste provavelmente solicitará à Justiça Militar, nos próximos dias, a prisão dos suspeitos.
O general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Sudeste informou, neste domingo (22), que entre os investigados há oficiais, sargentos, cabos e soldados. Sete deles estão impedidos de deixar o Arsenal de Guerra por indícios de participação no crime. Os militares são suspeitos de cometer transgressões na esfera administrativa para facilitar o furto das armas.
“Brevemente, militares serão submetidos à prisão cautelar com autorização da Justiça. Isso deve ocorrer em breve com os indícios que nós temos”, disse o general. O chefe do Estado-Maior do Sudeste ainda informou que a medida que a investigação avance, mais militares podem entrar na lista de suspeitos.
Caso sejam condenados, os militares podem pegar até 30 dias de prisão disciplinar. “É um episódio inaceitável da nossa parte e temos total interesse em esclarecer os fatos no mais curto prazo possível”, afirmou o general.
Em outra frente, foi instaurado um inquérito policial militar para investigar os responsáveis diretos pelo furto dos armamentos. Segundo apurou a reportagem, ao menos sete militares são investigados e caso tenham atuação comprovada, serão julgados pela Justiça Militar.
O Comando Militar do Sudeste ainda mantém 50 militares aquartelados na unidade de Barueri, 12 dias depois de constatado o furto do local.
Segundo o Exército, são soldados e oficiais de várias graduações, que continuam sem autorização de saída do quartel, “para que possam contribuir com as investigações”.
Imediatamente após a confirmação do desaparecimento de 13 metralhadoras de calibre .50 e oito fuzis de calibre 7,62, no dia 10 passado, 480 militares foram proibidos de deixar o Arsenal de Guerra. Na terça passada (17), o número caiu para 160.
Até o momento, 17 das 21 metralhadoras foram recuperadas pelas polícias de São Paulo e do Rio: nove em São Roque, no interior paulista, e oito em Gardênia Azul, comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro. Todas as metralhadoras calibre 7,62 foram encontradas, mas ainda restam quatro calibre .50, que tem potencial para derrubar aeronaves.