O líder supremo da rebelião ruandesa, comandante da milícia hutu FDLR, ativa há 25 anos no leste da República Democrática do Congo (RDC), foi morto na madrugada desta quarta-feira (18) pelo exército congolês, segundo o governo “uma boa notícia para a paz”.

Alvo desde julho de 2012 de uma ordem de captura, emitida pela Corte Penal Internacional (CPI), Sylvestre Mudacumura, de 65 anos, foi morto a 60 km de Goma, segundo o exército congolês. Era processado por crimes de guerra cometidos contra civis congoleses em 2009 e 2010.

“A morte de Sylvestre Mudacumura é uma boa nova para a paz e a segurança na região. Com seu grupo genocida, as FDLR, desestabilizava a RDC, matando congoleses e ruandeses”, comemorou o secretário de Estado de Relações Exteriores ruandês, Olivier Nduhungirehe.

Seu histórico projeta o imenso Congo e sua pequena vizinha, Ruanda, nas horas sombrias de 1994, ano do genocídio ruandês e da imersão do então chamado Zaire na insegurança, o saque de recursos mineiros e o assassinato de civis.

Ex-chefe-adjunto da guarda presidencial do presidente hutu ruandês Juvenal Habyarimana, Mudacumura fugiu depois do genocídio para o leste do antigo Zaire.

Tornou-se comandante da Frente Democrática de Libertação de Ruanda (FDLR), que teve em suas fileiras supostos genocidas.

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As FDLR realizaram durante anos ações militares contra Ruanda e o atual presidente ruandês, Paul Kagame, acusou a RDC de não ter o necessário para neutralizar o braço armado dos refugiados hutus.

“Sua morte confirma o compromisso do presidente (congolês) Félix Tshisekedi para combater as forças negativas e abre a via para uma nova era de cooperação positiva e pacífica entre a RDC e os países da região”, diz o secretário de Estado ruandês, Olivier Nduhungirehe.

Instalando-se no leste da RDC, as FDLR teceram alianças com grupos congoleses, especialmente os Nyaturas, contra o exército congolês.

São acusados regularmente de cometer atrocidades contra os civis nas zonas sob seu controle: recrutamento de crianças, saque de povoados, sem esquecer o tráfico de ouro e madeira.

Em 2019, o FDLR mantém ainda entre 500 e 600 milicianos ativos, segundo as Nações Unidas.


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