O Exército colombiano libertou, nesta segunda-feira (23), com a ajuda da polícia, 57 militares retidos desde o fim de semana por moradores de uma região no sudoeste do país dominada por guerrilheiros e capturaram os “supostos sequestradores”, anunciaram as autoridades.
O presidente Gustavo Petro empreendeu, em 2024, uma ofensiva para recuperar o controle desta zona conhecida como Cânion do Micay, um enclave para produção de cocaína. Mas não obteve avanços.
“Nossos 57 militares já estavam livres”, informou o Ministério da Defesa no X.
Homens do Exército e da polícia libertaram os quatro suboficiais e os 53 soldados em uma operação de “resgate” na qual “foram capturados em flagrante vários dos responsáveis pelo sequestro”, acrescentou a pasta.
Não foi informado o número total de detidos nesta ação militar.
Os militares foram capturados no domingo por moradores em dois povoados do departamento de Cauca. Um primeiro pelotão ficou nas mãos dos moradores no sábado, enquanto realizava uma operação no município de El Tambo, enquanto outro grupo foi cercado no domingo quando se dirigia ao povoado vizinho de El Plateado.
Mais cedo, a chanceler Laura Sarabia havia pedido o “apoio e acompanhamento” de organizações internacionais para conseguir sua libertação.
Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, responsabilizou o Estado-Maior Central (EMC), um grupo dissidente da extinta guerrilha das Farc, liderado por Iván Mordisco, por “instrumentalizar” cerca de 200 moradores para participar deste “sequestro”.
As autoridades oferecem recompensas de até 120.000 dólares (R$ 662,4 mil, na cotação atual) por informações que levem à detenção dos líderes guerrilheiros locais, como o homem conhecido como Kevin.
As retenções de militares e policiais são uma prática comum em zonas de conflito da Colômbia. Para impedir o avanço da força pública, alguns grupos ilegais ordenam esse tipo de ações aos civis.
Em março, moradores da mesma área detiveram 29 militares e policiais. Todos foram liberados dois dias depois.
A Colômbia vive sua pior crise de segurança da última década. Petro tentou negociar a paz com o EMC, mas Mordisco abandonou os diálogos.
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