O Exército abriu caminho para que seja transferido de Brasília para Manaus um dos militares de forças especiais presos na Operação Contragolpe, em novembro de 2024, sob suspeita de tramar planos golpistas para manter Jair Bolsonaro no poder e matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
A defesa do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima havia solicitado a mudança a Moraes, para que ele ficasse detido na mesma cidade onde vive a mulher, também militar do Exército. Assim, ela poderia dar “suporte emocional e material” ao marido.
Nessa quarta-feira, 29, o comandante militar da Amazônia, general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves, informou a Moraes que há vagas para militares presos no 7º Batalhão de Polícia do Exército, na capital amazonense. O tenente-coronel alvo da Polícia Federal foi comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus.
Caso seja autorizada por Moraes, será a segunda transferência do kid preto, como são chamados os militares com formação em unidades especiais, desde que foi preso pela PF. Ferreira Lima já havia sido levado do Rio de Janeiro para Brasília em dezembro, alegando que a mulher seria movida de Manaus para a capital. A transferência dela, segundo seus advogados, acabou não acontecendo e ela ficou no Amazonas.
Segundo a PF, o tenente-coronel Ferreira Lima atuava no núcleo que espalhava informações falsas para minar a credibilidade do sistema eleitoral e no apoio ao plano para executar Lula, Alckmin e Moraes.
Como mostrou o PlatôBR, o oficial foi segurança pessoal de Dilma Rousseff quando a petista era presidente. À época, ele era do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e tinha a função de supervisor de segurança. No posto, era responsável por coordenar a “cápsula de segurança” de Dilma – como é chamada, no jargão militar e policial, a proteção mais aproximada dos presidentes.