O vice-presidente de canais pagos do Grupo de Bandeirantes, Paulo Saad, elogiou a chegada da CNN ao País, pois, segundo ele, aumenta a concorrência e estimula o trabalho. Por outro lado, em conversa com o Flávio Ricco, do UOL, o executivo criticou a forma como o projeto da emissora se estabeleceu no Brasil.

Saad disse que a iniciativa está embasada em um “projeto político”, “portanto, não é uma empresa empresarial”, opina. O dirigente da Band acredita que pela sua experiência de mercado, todo o aparato financeiro investido pela CNN até agora está fora do normal.

“Acho estranho uma emissora que ‘não fecha as contas’. Ela está investindo um dinheiro que o mercado não suporta. Eu sei de quais são as rendas deles, e realmente não paga o salário de nenhum dos grandes nomes que eles contrataram”, questionou o executivo em depoimento ao jornalista Flávio Ricco.

Em relação a possível participação do empresário Rubens Menin, na implantação da CNN, Saad revela não estar animado:

“Se eles estiverem dispostos a perder mais de R$ 300 milhões, a perder ou investir mais de R$ 300 milhões, é um cálculo que faço que eles vão perder em dois anos”.

Ao ser questionado sobre as perdas de profissionais da Band para a CNN, o vice-presidente não se diz chateado, pelo contrário.

“Eu gostei muito porque mostra que fazemos um bom jornalismo. Todos os profissionais que foram para lá, nós formamos ou contratamos. Eu acho que o profissional tem que se valorizar. Lógico que lamento a saída deles. Que sejam felizes. Mas tenho certeza que o nosso canal vai se renovar e encontrar novos talentos”, declara Saad.

Paulo lembra que a Band sempre forneceu bons profissionais para outras emissoras e que não tem medo de concorrência.

Resposta da CNN

Diante das declarações de Paulo Saad, através de nota assinada por Fábio Portela, superintendente de Relações Institucionais, a CNN Brasil solicitou direito de resposta à coluna de Ricco. Confira o texto abaixo.

“A CNN Brasil repudia as declarações infelizes de Paulo Saad acusando a empresa de ter um ‘projeto político’.

A CNN chega ao país através de uma empresa brasileira de mídia, licenciada da maior marca de notícias do mundo, com um modelo de negócio inovador, para oferecer ao público e aos anunciantes uma nova opção de informação – moderna, multiplataforma e de credibilidade.

Nosso negócio tem três pilares: o comando executivo de profissionais com ampla experiência no mercado de mídia e um time de talentos, na frente e por trás das câmeras; um sócio investidor com reconhecida trajetória empresarial de sucesso, proprietário de três empresas de capital aberto na Bolsa de Valores; e a gestão indireta da CNN Internacional e da WarnerMedia, um dos maiores grupos de mídia do planeta.

A CNN vai produzir jornalismo profissional, isento e de qualidade, que defenderá os interesses da sociedade e será sustentada unicamente pelo mercado publicitário e de distribuição no Brasil, e outras unidades de negócio derivadas do uso da marca no país.

Iniciativas como a CNN Brasil deveriam ser comemoradas por trazer novos investimentos, empregos e oportunidades no setor, e não alvo de críticas caluniosas. A CNN prossegue na torcida pelo sucesso do Grupo Bandeirantes e dos demais grupos nacionais de comunicação”.