Domingo de manhã, controle remoto na mão, e aquele pensamento: “Tô aqui vendo o Globo Rural, espero o Viver Sertanejo e deixo para assistir outra coisa na hora do Esporte Espetacular?”. Sim, essa dúvida parece ter se tornado mais comum do que parece — os números de audiência andam mostrando isso.
O tradicional Esporte Espetacular, no ar desde 1973, vem enfrentando uma das fases mais delicadas de sua história. E não sou só eu dizendo — é o próprio IBOPE. O programa esportivo da Globo tem patinado nos índices. Para se ter uma ideia, no último domingo, dia 23, o Auto Esporte, que começa às 8h, registrou 8,6 pontos. Já o Esporte Espetacular, no ar às 11h, ficou com 8,4. Sim, a atração perdeu para um programa exibido três horas mais cedo e com menos televisores ligados.
A média de audiência dos outros quatro domingos anteriores também demonstra que a atração esportiva tem sofrido uma preocupante fuga de telespectadores:
• Auto Esporte – 7,6
• Globo Rural – 9,6
• Viver Sertanejo – 9,3
• Esporte Espetacular – 7,7
Olhando com atenção esses números, dá para ver que quase 20% do público simplesmente desliga a TV ou troca de canal quando o EE entra no ar. Claro, toda mudança de programa gera alguma perda, mas não nesse nível — especialmente para uma atração tão tradicional, que recebe bons investimentos e que ocupa uma faixa valiosa da grade de programação.
Em dezembro do ano passado, o EE passou por um ajuste de horário e foi encurtado, perdendo um pouco mais de uma hora de duração, dando espaço para o programa Viver Sertanejo, comandado pelo cantor Daniel.
E o que está acontecendo? Segundo conversas que tive com fontes de dentro da emissora e do mercado, o fenômeno tem raízes na pandemia. Naquele período, o público esportivo migrou com muita força para os conteúdos de nicho da internet — onde a oferta é segmentada, rápida e sob demanda. A Cazé TV, por exemplo, vem numa crescente enorme. Não por acaso, a jornalista Bárbara Coelho, que deixou recentemente o comando do EE, acertou sua ida justamente para lá.
A Globo está atenta. Desde o ano passado, a emissora iniciou alguns estudos para reverter essa maré, com apontamentos de ajustes no formato, criação de novos quadros e a decisão pela troca no time de apresentadores. Agora, a missão de reconquistar o público é de Karine Alves e Fernando Fernandes, que são, de fato, muito carismáticos e competentes — e mudança no comando de programa de TV sempre gera repercussão entre o público e no mercado, traz um novo frescor e desperta aquela curiosidade de assistir para ver as novidades. Inclusive, achei excelente a escolha da dupla.
Porém, se tudo isso não der certo… Já existe um plano B.
Conforme apurei com exclusividade, o projeto para um novo telejornal dominical está no radar — algo nos moldes do Bom Dia Sábado, que a emissora estreou em fevereiro para cobrir o excesso de horas do É de Casa. Esse novo jornal, que por enquanto não tem nome, seria exibido nas manhãs de domingo, ocupando parte do espaço do EE ou, no cenário mais extremo, substituindo-o de vez.
Dentro da Globo, há quem defenda que o canal demora muito para ter um conteúdo jornalístico forte aos domingos — atualmente, só tem o Fantástico à noite, que entra às 20h30.
Um argumento da ala que defende o novo jornal é que 2026 é ano eleitoral, e que o interesse do público em acompanhar noticiários tende a crescer.
Mas nem tudo são flores. O departamento comercial da emissora não é um entusiasta da ideia, já que o Esporte Espetacular, apesar das dificuldades de audiência, é um produto forte, que em algumas temporadas consegue atrair patrocinadores importantes.
O que está na mesa hoje é o seguinte: se a nova dupla e os novos quadros não reverterem o cenário até dezembro, o EE pode passar por uma nova redução em sua duração ou, até mesmo, virar apenas um quadro dentro desse novo jornalístico no ano que vem.
Como jornalista e telespectador, torço para que a reformulação funcione. Karine e Fernando têm muito potencial. E, mais uma vez, vale o reconhecimento: a Globo segue sendo uma emissora atenta, que observa o comportamento do público e não tem medo de se mexer quando os números pedem. Isso é muito interessante.
Mudanças também no “Saia Justa”
Eliana e Bela Gil continuam firmes no sofá do Saia Justa, mas Tati Machado e Rita Batista se despedem do programa. A renovação é tradição no programa do GNT, que ainda não revelou quem são as novas integrantes. Rita segue no É de Casa, enquanto Tati permanece no Encontro e Mais Você até sua licença-maternidade, em maio.
A guerra de audiência está de volta
Com o Corinthians na disputa e 38 jogos da LFU previstos, a Record vai exibir partidas aos domingos às 18h30, batendo de frente com o Domingão com Huck. Para enfrentar o futebol, a Globo lança o quadro 3 Minutos para Brilhar e, em agosto, retoma a Dança dos Famosos.
Nova aposta
Luciano Huck aposta em anônimos que não buscam pela fama e jamais cantariam em público em seu novo quadro 3 Minutos para Brilhar. A atração, com produção digna de show internacional, estreia dia 6 no Domingão e traz performances embaladas com direito a banda, dançarinos e cenografia grandiosa. Formato foi comprado pela Globo em uma feira internacional.
Surpresa no palco
O comentarista Milton Cunha apresentará participantes diretamente de seus trabalhos até o palco do Domingão com Huck, onde eles surgirão irreconhecíveis e prontos para cantar. Artistas serão indicados por amigos ou familiares. Na estreia, o diretor de novelas Dennis Carvalho também participará como comentarista.
Foi para a Record
Em meio a disputa… A Record escalou a ex-global Marisa Orth para o Love & Dance, novo reality de dança. A artista será comentarista fixa ao lado de convidados diferentes a cada semana. A apresentação será de Rafa Brites e Felipe Andreoli. A produção é da Teleimage.
O Love & Dance vai ao ar na Record entre junho e julho, durante a pausa do futebol brasileiro. A exibição será aos domingos e vai disputar com o Domingão com Huck – na faixa das 18h.
Força e Superação
Quase dois anos após o acidente que o deixou em coma, Kayky Brito surpreendeu seguidores ao postar uma imagem fazendo espacate. Sem camisa e em forma, o ator de 36 anos exibiu equilíbrio e elasticidade. “Qual a sua limitação?”, questionou o ator nos stories do Instagram.
Arte e a quebra de estereótipos
Em cartaz nos cinemas brasileiros, Marco Pigossi protagoniza Maré Alta, drama sobre um jovem gay que migra ilegalmente para os EUA. O longa, dirigido por seu marido, Marco Calvani, estreia em festivais internacionais e será exibido no Festival LGBTQIA+ do British Institute, em Londres. “Veio para trabalhar minha homofobia internalizada”, declarou o ator.
Até amanhã.