Exclusivo: Efeito Bocardi! Globo dispara alerta na cobertura das eleições 2026

Coluna: Matheus Baldi

Mineiro, Matheus Baldi é jornalista e apresentador, com passagens por UOL, SBT, Record e Band. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, já ultrapassou os 2 bilhões de visualizações em seus vídeos na internet. Diariamente, Matheus compartilha sua visão apurada e informações exclusivas sobre os bastidores do show business.

Exclusivo: Efeito Bocardi! Globo dispara alerta na cobertura das eleições 2026

Após demissão de âncora, emissora prepara medidas mais rigorosas para blindar sua cobertura política e eleitoral

Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

No dia 30 de janeiro deste ano, a TV Globo comunicou a demissão do jornalista Rodrigo Bocardi, até então apresentador do Bom Dia São Paulo, alegando “descumprimento de normas éticas do Jornalismo”. A decisão surpreendeu o público e o mercado, Bocardi era um dos rostos mais conhecidos do telejornalismo da emissora. Foram quase 25 anos como funcionário do canal.

Segundo canais de imprensa, a emissora teria descoberto que o jornalista teria atuado paralelamente como consultor de comunicação para empresas, políticos e prefeituras, prática que viola as normas de conduta interna da Globo.

No dia seguinte à demissão, Bocardi se pronunciou por meio de suas redes sociais. Em um vídeo publicado no Instagram, ele afirmava estar “com a consciência tranquila” e agradeceu à emissora pelos anos de parceria. O silêncio do canal sobre os detalhes do desligamento, somado ao impacto da demissão, gerou grande repercussão nas redes, com debates envolvendo os limites éticos do jornalismo.

Agora, depois do episódio delicado e com a proximidade das eleições de 2026, a Coluna Matheus Baldi descobriu que a Globo já iniciou ações internas para reforçar sua política de compliance e proteger sua credibilidade jornalística em sua cobertura política, desde o período que antecede até todo o período eleitoral.

Juntos, os departamentos de jornalismo e jurídico da emissora, com auxílio de uma consultoria especializada em comunicação e política, estão com a demanda de desenvolver uma espécie de cartilha especial que reforce os pilares da conduta ética que os funcionários precisam seguir, em especial no que diz respeito a políticos, grupos políticos, empresas e empresários que possuem algum tipo de ligação política.

A ideia é desenvolver o material e distribuir a todos os funcionários do departamento de jornalismo do canal, assim como a todos os jornalistas de suas afiliadas. Um treinamento com palestras também está sendo avaliado.

As medidas buscam estabelecer parâmetros claros, que vão desde reportagens e entrevistas até a realização de debates.

Mas o desafio é grande, não apenas aqui no Brasil, fora do país também. Neste sentido, a Globo estuda adotar mecanismos inspirados no que já é feito em grandes grupos de mídia dos Estados Unidos e da Europa. Apurei, com exclusividade, que a emissora também avalia a criação de um comitê de ética editorial independente, com poder de investigar casos sensíveis e orientar nas coberturas. Esse comitê não responderia à direção de jornalismo, mas à alta cúpula da empresa.

Outro ponto que está em análise é a possibilidade de passar a cobrar dos jornalistas um maior detalhamento de receitas, com uso de declarações formais e com mais assiduidade sobre seus vínculos profissionais e financeiros fora da emissora, prática já comum, por exemplo, em veículos britânicos.

O uso de inteligência artificial também deverá auxiliar. A proposta gira em torno da implementação de sistemas internos de compliance para detectar possíveis conflitos de interesse e realizar auditorias editoriais com base em dados, para garantir equilíbrio na cobertura e ampliar a transparência. Isso incluiria a produção de relatórios periódicos com a intenção de demonstrar pluralidade editorial, equilíbrio temático, métricas como tempo de fala e diversidade de fontes. E a divulgação de parte desses relatórios ao público e à imprensa também seria uma blindagem para possíveis questionamentos sobre imparcialidade.

Em um momento em que a reputação dos veículos de comunicação, no geral, está cada vez mais vulnerável a ataques de políticos e de narrativas de desinformação, os mecanismos que estão sendo avaliados pela Globo visam proteger a emissora de pressões externas e preservar a confiança da audiência em seu jornalismo. Bom para a emissora, melhor ainda para o eleitor-telespectador.

O nosso necessário, bom e velho jornalismo também agradece.

Acerte ou Passa?

Com a estreia do Game dos 100 empurrando a grade da Record TV, o programa de Tom Cavalcante acabou entrando no ar mais tarde neste domingo, dia 20, e sentiu o impacto da mudança. No novo horário, Acerte ou Caia perdeu fôlego e foi ultrapassado por Celso Portiolli que garantiu o segundo lugar de audiência com o seu Domingo Legal. A disputa entre os dois programas foi acirrada.

A Globo seguiu isolada com a transmissão do futebol. Ainda no início da tarde, o Domingo Legal chegou a superar o Domingão com Huck por alguns instantes, mostrando que o SBT tem conseguido encontrar brechas estratégicas na guerra dominical. Uma das jogadas da equipe de Portiolli tem sido ajustar a exibição do quadro Passa ou Repassa mirando no confronto direto com o programa de Luciano Huck. Mais do que uma batalha por pontos de audiência, o que temos visto é um xadrez bem jogado entre as emissoras. E cada movimento, por menor que pareça, pode mudar o resultado da rodada.

Globo inova com Candinho e Policarpo

Na semana passada, antecipamos com exclusividade aqui na Coluna que a TV Globo já trabalha com duas alternativas para aproveitar o sucesso de suas novelas sem depender dos remakes, formato que, nos tempos atuais, não tem mais alcançado o retorno esperado, como em Renascer (2024) e Vale Tudo, atualmente no ar. Uma das alternativas é abordar as histórias em outros formatos, como acontecerá com A Viagem, que vai virar filme.

Outra aposta é dar continuidade a tramas já conhecidas, como no caso de Êta Mundo Bom!, que ganhou uma nova fase em exibição na faixa das seis. Mas não para por aí. Os personagens Candinho e Policarpo também devem ganhar uma série exclusiva, que inclusive já teve o título registrado no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).

A produção deverá ter episódios curtos, até de dois a três minutos, e deve estrear nas plataformas digitais. A ideia é clara: aproveitar a popularidade dos personagens, expandir o universo criado por Walcyr Carrasco em um novo formato e, claro, faturar com possíveis anunciantes e parcerias com marcas. Uma excelente sacada.

Até amanhã!