É ano de eleições no Brasil e a polarização política em alta pode ter refletido no resultado do Censo do Sexo 2022, realizado pela pantynova, pioneira em bem-estar sexual no Brasil, e revelado com exclusividade à IstoÉ.

De acordo com o levantamento, para 88% dos brasileiros, é essencial manter um relacionamento afetivo-amoroso com pessoas que tenham o mesmo posicionamento político.

“Acreditamos que o bem-estar sexual passa pelo autoconhecimento e que é fundamental para a autoestima, nesse sentido, os dados apresentados podem ajudar no entendimento da sexualidade individual (quando cada pessoa se vê como parte de uma sociedade) e coletiva”, diz Derek Derzevic, pesquisador e cofundador da pantynova.

Gap de Orgasmo

Além de constatar que as pessoas já se sentem confortáveis para falar de sexo, a pesquisa trouxe novamente à tona uma realidade preocupante: o Gap do Orgasmo ou Lacuna do Orgasmo (tradução do inglês). Os números mostram que, mesmo com todas as conquistas nas últimas décadas, o orgasmo feminino ainda é 35% menor que o masculino.

Essa diferença é observada há anos, em diferentes pesquisas realizadas por instituições que estudam o comportamento e o bem-estar sexual. Em 2016, por exemplo, a Universidade da Flórida fez uma pesquisa com quase 53 mil adultos nos Estados Unidos, e apontou que 95% dos homens heterossexuais afirmaram que sempre tinham orgasmos durante o sexo.

Segundo o Censo do Sexo, o Gap do Orgasmo acontece tanto na masturbação quanto na relação a dois. Quando sozinhas, 66% das mulheres disseram gozar sempre. No entanto, quando envolve outra pessoa, esse número cai drasticamente e somente 19% disseram chegar lá.

Já os homens dizem gozar muito mais que as mulheres: entre os que se identificam com o sexo masculino, 86% gozam sempre durante a masturbação, e esse número também cai quando estão outra pessoa, ficando em 54%.

Para se ter uma ideia, num ranking de 7 posições de pessoas que sempre gozam (sozinhas ou acompanhadas), os 4 primeiros lugares são ocupados por quem se identifica como homem.

“Pesquisas como essa nos dão o parâmetro necessário para construirmos um mundo mais igualitário, inclusive em relação às relações sexuais entre as pessoas. Além de trazermos, a partir disso, insumos para fomentar a educação sexual de todos os brasileiros e a criar propostas de prazer para todos com nossos produtos pensados para todos os corpos”, finaliza Heloisa Etelvina, co-fundadora da empresa responsável pelo levantamento.

O Censo do Sexo foi realizado com 1813 brasileiros de todos os gêneros, orientações sexuais e residentes de todas as regiões do Brasil. O público mais alcançado foram os da Geração Z, nascidos a partir de 2000, e Millennium,  nascidos a partir dos anos 80, e  moradores do Sul e Sudeste do país.