A atuação direta em ações de assistência social e filantropia nos últimos 30 anos não impediu que a artista plástica e primeira-dama do estado de São Paulo, Bia Doria, fosse envolvida em polêmica na última semana. A divulgação de um vídeo nas redes sociais provocou reações a uma declaração de Bia sobre doações de alimentos a moradores de rua. A primeira-dama garante que o episódio deu ainda mais força para que ela siga o trabalho à frente do Fundo Social de São Paulo.

“Trabalho diariamente para oferecer a elas mais do que um prato de comida e um cobertor”, disse a primeira-dama em entrevista exclusiva que você confere abaixo.

Divulgação

Seu trabalho de assistência social começou quando você se tornou figura pública?
Não. Sempre fui atuante na área social. Tanto na minha vida pessoal quanto na profissional. Participei por aproximadamente 16 anos do Lide Solidariedade, unindo empresários a causas sociais. Nesta época, meu marido presidia o Lide.

Em 2017, fui conhecer o trabalho de ajuda humanitária em larga escala dos mórmons, em South Lake City (Estados Unidos), onde tive a chance de me aprimorar. Em dez anos, South Lake City reduziu o número de moradores de rua em mais de 80%.

Colaboro anualmente com o hospital da minha cidade, enviando dinheiro para a Associação Hospitalar Beneficente de Pinhalzinho (SP). Já mandei mais de R$ 10 milhões. Como artista, já doei muitas obras de arte de alto custo para leilões beneficentes.

Em relação ao Governo do Estado, desde o início da década de 1990 acompanhei de perto o trabalho do Fundo Social apoiando as primeiras damas Ika Fleury, Lila Covas, Monica Serra e Lu Alckmin, além de outros estados também.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

As pessoas que não conhecem a sua história fizeram um julgamento de um vídeo recente publicado na internet. Gostaria de comentar?

O que quis dizer é que se conseguirmos convencer as pessoas que vivem nas ruas a ir para os abrigos públicos e aceitar os serviços de assistência social do Estado e dos munícipios, traremos mais qualidade de vida para elas.

Dessa forma, elas terão a chance de se reestruturar efetivamente por meio de programas de moradia social. Receberão alimentação de qualidade dentro das normas da Vigilância Sanitária, capacitação profissional, auxílio psicológico e aumentarão as chances de conseguir trabalho e uma vida digna ao lado de seus familiares, se assim o desejarem.

Como mulher, mãe, primeira-dama de São Paulo e presidente de honra do Fundo Social, trabalho diariamente para oferecer a elas mais do que um prato de comida e um cobertor. Me dedico a criar condições para que as pessoas saiam das ruas e conquistem autonomia e dignidade de forma definitiva. Este é o meu desejo.

No Fundo Social, nós distribuímos alimentos, cobertores e agasalhos porque é necessário, principalmente neste momento delicado que estamos vivendo. Mas não acredito que, atuando apenas dessa forma, resolveremos o problema pela raiz.

Temos que continuar trabalhando firme na adoção de políticas sociais efetivas e duradouras. Por exemplo, ampliar a construção de moradias populares, o acesso à capacitação profissional e o estímulo ao empreendedorismo. Desde que cheguei ao Fundo Social, capacitamos gratuitamente 19.426 pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Além da campanha Inverno Solidário de arrecadação de cobertores, quais são os projetos dos quais você mais se orgulha no momento?
Desde o início da pandemia, arrecadamos mais de R$ 46 milhões em doações do Grupo Empresarial Solidário para a compra e distribuição de 1 milhão de cestas básicas do programa Alimento Solidário.

A campanha Inverno Solidário, liderada pelo Fundo Social, tem o objetivo de arrecadar e distribuir 100 mil cobertores novos em todo o estado.

O programa Higiene e Limpeza Solidária está distribuindo 600 mil kits com itens de limpeza como álcool em gel, papel higiênico e sacos de lixo.
Estes são alguns exemplos.

Você faz o planejamento ou também participa ativamente das ações?
Quem me conhece e acompanha meu trabalho à frente do Fundo Social sabe que participo ativamente de todas as ações.


Na semana passada, estive na comunidade do Parque Santo Antônio, na zona sul da capital, para entregar pessoalmente a doação de 1 tonelada de hortaliças aos moradores. Ao todo, entregamos 2 toneladas à Central Única das Favelas, que cuidou da distribuição para 250 comunidades do estado, beneficiando milhares de famílias.

No mês passado, realizei a entrega de 3 mil cobertores para 170 Casas de Acolhida da Missão Belém e para o Centro de Acolhimento Arsenal da Esperança. Todas as peças foram destinadas a pessoas em situação de rua.

Nesta semana, temos novas entregas programadas.

Quais são os próximos passos?

Vou continuar trabalhando firme em prol dos mais necessitados. Estou em contato com a Prefeitura de São Paulo para melhorarmos a assistência nos abrigos e centros de acolhida.

Temos que nos unir para diminuir o número de pessoas nas ruas. Toda a ajuda para darmos o suporte necessário à população neste momento é bem-vinda.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias