No último domingo, dia 28, Simone Mendes foi a convidada do programa Viver Sertanejo, comandado por Daniel na Globo. A sertaneja falou sobre a música Daqui pra Sempre, parceria musical que estourou em 2023 e firmou Manu Bahtidão no cenário nacional, mas não citou o nome de Manu nenhuma vez, usando termos como “essa moça” para se referir à colega.
Simone inclusive já deixou de seguir Bahtidão nas redes sociais. Os rumores são de que a irmã de Simaria teria ficado chateada quando Manu passou a retirar a imagem de Simone durante as performances ao vivo de Daqui pra Sempre em seus shows.
Na entrevista com Daniel, a sertaneja chama atenção para o fato de que o feat entre as duas abriu portas para que Manu se tornasse nacionalmente conhecida. Na análise do titular desta Coluna, embora a cantora tenha começado a aparecer para todo o Brasil com a ajuda de Carlinhos Maia, foi a parceria com Simone Mendes que permitiu que ela tivesse mais força no cenário musical, conseguindo espaço para se apresentar em importantes eventos e festivais pelo país.
Atualmente, Manu integra o elenco do quadro Dança dos Famosos 2025 do Domingão com Huck, que tem sido um grande sucesso e vem repercutindo de forma muito positiva nas redes sociais. Uma fonte muito segura da TV Globo revelou à Coluna Matheus Baldi a existência de um certo desconforto entre a cantora e o jurado Milton Cunha.
O admirado carnavalesco, nascido em Belém (Pará), é conhecido por seu engajamento cultural e por sua defesa constante das raízes do Norte em contextos nacionais. Ele já foi destaque até mesmo em publicações acadêmicas, como a Revista FADESP, unindo samba e identidade regional, além de sempre se posicionar sobre cultura popular, identidade e lugar de fala, o que reforça seu compromisso com a valorização das raízes culturais do Norte.
Já Manu Bahtidão, embora seja alagoana, moldou sua carreira musical no Pará, especialmente ao se destacar no tecnomelody. Ela fez parte de bandas locais como a Banda Batidão, onde consolidou seu nome no Norte, e hoje afirma que o Pará compõe parte de sua identidade artística. No entanto, segundo apuração da Coluna Matheus Baldi, o que gera certa resistência entre parte do público paraense não é apenas o fato de ela ter passado a misturar referências de outros estilos, como o piseiro ou o sertanejo, algo comum na música popular brasileira, mas a forma como se coloca como uma das grandes representantes da música paraense sem reconhecer com humildade a importância de artistas que vieram antes dela e abriram caminho, como Fafá de Belém, Joelma e Gaby Amarantos. Para muitos, soa como certo desrespeito quando Manu minimiza esse legado ou trata a cena atual como se fosse fruto apenas de sua ascensão. Além disso, a própria busca dela por projeção nacional a levou a recorrer cada vez mais a gêneros mais consolidados, como o próprio sertanejo, o que acaba enfraquecendo seu discurso de levantar exclusivamente a bandeira da música do Pará.
Um exemplo disso foi quando, após ganhar a categoria de Melhor Brega do Ano no Prêmio Multishow de 2024 e ver outras artistas paraenses, como Zaynara e Viviane Batidão, também levando troféus para casa, a cantora usar um tom irônico ao soltar a polêmica frase: “O Pará tá na moda do nada”, restringindo a grande repercussão nacional da musicalidade paraense ao seu sucesso. O comentário gerou respostas públicas, por exemplo, da cantora Gaby Amarantos em seu perfil no X: “O Pará está na moda SIM (…) fruto do trabalho de nós, artistas nascidos e criados nessa terra, que divulgamos e amamos nossa cultura há séculos”. Joelma, em resposta à Gaby, afirmou que “mais de 20 anos de carreira e um Grammy” respaldam seu compromisso com a cultura paraense.
Milton Cunha, convicto defensor da cultura nortista, está ciente de que parte do público não vê Manu Bahtidão como uma voz legítima de representatividade paraense, devido a essas atitudes que alguns consideram como “oportunistas”, já que ela consegue abrir portas recorrendo a outros estilos musicais mais “aceitos” nacionalmente, ao mesmo tempo em que usaria a conexão com o Norte quando lhe convém.
A Coluna Matheus Baldi apurou que, de fato, o carnavalesco não nutre grande simpatia pela cantora. Ainda assim, Milton Cunha e a equipe de produção do programa de Luciano Huck estão alinhados no compromisso de que esse distanciamento em nada interfere em suas avaliações na Dança dos Famosos, onde ele atua como jurado técnico ao lado de Ana Botafogo, Carlinhos de Jesus e Zebrinha.
Profissional de primeira, Milton já concedeu nota 10 a Manu Bahtidão em algumas performances, prova de que seu olhar artístico permanece absolutamente imparcial. Em outras palavras: qualquer desconforto fica nos bastidores, enquanto no palco o espetáculo continua brilhando no programa do marido de Angélica. A Dança dos Famosos segue incrível, um dos meus quadros favoritos da TV. E, cá entre nós, apenas lamento por quem insiste em dizer o contrário. Fica aqui registrado.