No último fim de semana, um caso polêmico envolvendo a marca de maquiagem da influenciadora Virginia Fonseca viralizou rapidamente e gerou uma onda de julgamentos. No perfil da marca no Instagram, uma enxurrada de ataques tomou conta das postagens mais recentes.
Lidiane Herculano, moradora de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, afirma ter ficado temporariamente cega após usar um fortalecedor de cílios da Wepink. Segundo ela, o produto causou ardência imediata, visão nublada e, horas depois, uma dor insuportável. Médicos diagnosticaram queimaduras nas córneas, e Lidiane precisou se afastar do trabalho por uma semana. Seu relato, compartilhado em vídeo e também pelo filho nas redes sociais, ganhou enorme repercussão, enquanto a família promete tomar as medidas cabíveis contra a empresa.
A Wepink, até agora, não se manifestou oficialmente sobre o caso, mesmo após ser procurada pela imprensa, e o silêncio já começa a gerar uma onda de críticas. A rapidez com que a internet cravou o veredito “Wepink causa cegueira” escancara um fenômeno conhecido: a condenação digital antes de qualquer laudo técnico ou investigação. No centro desse furacão está Virginia Fonseca, uma das figuras mais populares e também mais visadas do país, que desperta, em muitos, admiração e, em outros, um sentimento quase visceral de rejeição.
Em meio ao impacto do caso, uma discussão ainda maior se impõe. Caso o produto tenha, de fato, causado o problema, é urgente que sejam feitas investigações rigorosas e que a empresa assuma todas as devidas responsabilidades. Nenhuma marca ou celebridade está acima disso.
Segundo relatos, Lidiane teria procurado a marca, que, num primeiro momento, apenas reembolsou o valor do produto. E, graças ao poder das redes sociais, ela e seu filho ganharam voz. Num país onde tantas pessoas seguem invisibilizadas, a possibilidade de denunciar e ser ouvido por outras tantas pessoas é, sim, um avanço. Mas esse mesmo poder, tão fascinante, também tem um lado perigoso: a pressa em condenar, o julgamento precipitado. Infelizmente, muitos internautas acabam virando juízes, em um ambiente onde um simples compartilhamento tem efeito multiplicador.
A Wepink movimenta milhões de reais e sustenta uma vasta rede de empregos, com mais de 300 funcionários diretos e cerca de outras 2 mil pessoas envolvidas indiretamente, entre franqueados, lojistas, vendedores, equipes de fábrica, motoristas, profissionais de logística, marketing e administrativos. Uma acusação tão grave, mesmo que desmentida depois, pode provocar efeitos incalculáveis, como a perda de postos de trabalho e o colapso de pequenos negócios que dependem das vendas.
O custo para representar a marca em um quiosque de shopping, por exemplo, pode chegar a 500 mil reais. Neste fim de semana, recebi relatos de franqueados que dizem ter usado todas as suas economias para entrar no negócio e que, agora, diante dessa forte turbulência, temem pelo futuro do empreendimento. E tudo isso por conta de uma informação ainda sem conclusão oficial.
É fundamental que o questionamento exista, e o poder das redes sociais é mesmo extraordinário, ainda mais quando se une ao papel da imprensa em buscar as versões da história, ouvir os lados e exercer o jornalismo com responsabilidade. Mas não cabe sentenciar quando tudo ainda é apenas uma suspeita.
O relato de Lidiane precisa, sim, ser investigado com seriedade, com total rigor e transparência. Mas é essencial saber distinguir a apuração responsável do linchamento instantâneo. Quando marcas de grande alcance estão no centro de discussões como essa, as consequências não atingem apenas os famosos envolvidos. Elas se espalham, atingindo também uma multidão de trabalhadores brasileiros que dependem daquele negócio para sobreviver.
Na pressa de cancelar, muita gente parece ter esquecido o valor da prudência, o direito à dúvida e a responsabilidade sobre as vidas afetadas por trás de uma sentença precipitada, em um assunto ainda cercado de incertezas. O caso Wepink não é apenas sobre um cosmético. É um espelho do nosso tempo, em que, diante de uma polêmica, a pressa em apontar culpados fala mais alto que a paciência de esperar por uma conclusão técnica e mais segura. Hoje, fazem isso com o fulano, fazem com a celebridade, mas amanhã pode ser com você. E aí?
Luísa Sonza e a polêmica do salão da avó
Muito se comentou, na última semana, sobre o novo salão de beleza da Dona Mari Gerloff, avó de Luísa Sonza, de 73 anos, que abriu seu espaço em Tuparendi (RS). Internautas cobraram a cantora por não ter bancado o negócio. Luísa explicou que a avó sempre foi independente, criou três filhas sozinha como cabeleireira e faz questão de pagar e escolher tudo do seu jeito. Disse ainda que já ofereceu ajuda muitas vezes, mas Dona Mari prefere trabalhar e ter autonomia. A verdade é que o caso vai além da repercussão que teve na internet.
No fim, a história de Dona Mari lembra que nem todo apoio precisa, necessariamente, vir do bolso. Há vontades que pedem silêncio e respeito. Às vezes, saber a hora de não intervir também é uma forma de cuidado e de preservar a dignidade de quem quer ter orgulho da própria conquista.
O desafio tem sido grande
A estreia do humorístico Aberto ao Público, neste domingo, dia 6, na tela da Globo, não convenceu e vai precisar de muitos ajustes. O sitcom Tô Nessa, de Regina Casé, exibido no ano passado na mesma faixa, também não deu os resultados esperados, mas terá uma segunda chance no ano que vem. É louvável o esforço da emissora em tentar resgatar um estilo que já funcionou muito bem no passado, como nas épocas de Sai de Baixo e, depois, com as temporadas de Sob Nova Direção, com Heloísa Périssé e Ingrid Guimarães.
No entanto, chama atenção como, nos últimos anos, a Globo tem encontrado dificuldade para emplacar bons projetos de humor, especialmente nesse horário. Estou na torcida para que consigam encontrar essa fórmula, porque acredito que a TV aberta precisa, e o público também. Em audiência, Aberto ao Público liderou, com média que deve fechar em torno de 9 pontos no consolidado. O SBT veio logo atrás, com 7 pontos.
Marcelo Medici brilha em ‘Dona Lola’
Estreou neste sábado, dia 5, no Teatro Sabesp Frei Caneca, o monólogo “Dona Lola”, com Marcelo Medici. Na trama, o ator dá vida a uma senhora que, após viralizar nas redes, decide fazer um show, mas é abandonada pelas amigas no palco e resolve contar segredos divertidos delas.
As vozes de Antonio Fagundes e Tony Ramos, que interpretam as amigas Marli e Olga, dão um charme especial à peça. Medici mostra toda sua versatilidade, equilibrando humor e emoção em uma atuação cativante. Vale muito a pena assistir!
Não pediram, mas vou sugerir…
A personagem Dona Lola, inclusive, mostra um potencial enorme como uma figura milimetricamente calculada que funcionaria muito bem em um programa de TV, seja comandando uma atração própria ou integrando o elenco de algum formato. Ela transita por lugares interessantes e aborda temas variados com uma naturalidade que é, ao mesmo tempo, interessante e familiar. Numa dessas, quem sabe a Globo não tem aí uma solução? Fica a dica para que alguns produtores e diretores do canal assistam à peça. Meu feeling costuma ser bom para essas coisas… depois me conta.
Até amanhã!