Termina nesta quinta-feira o acordo de exclusividade firmado entre a Eldorado Celulose, controlada pela holding J&F, dos irmãos Batista, e o grupo chileno Arauco. A companhia ofereceu US$ 4 bilhões pela empresa. No acordo firmado de exclusividade de 45 dias, o grupo se comprometeu a fazer uma “due dilligence” (auditoria) para avaliar o negócio, antes de concluir a negociação.

A Fibria, maior companhia do setor, tem interesse em fazer proposta pelo negócio, caso a Arauco desista do ativo, conforme antecipou a reportagem. A gigante, que tem como sócios o grupo Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vê sinergias com a rival, cuja fábrica está instalada nas proximidades de seu complexo industrial, em Três Lagoas (MS).

Em nota, nesta semana, a Fibria confirmou que se interessa pela Eldorado, mas aguarda o fim do acordo de exclusividade para fazer um movimento.

Fontes a par do assunto afirmaram que uma futura oferta da Fibria ficaria entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões, abaixo da valor oferecido pelo grupo chileno, que manteria interesse na Eldorado, mesmo que não formalize a compra ainda dentro do acordo de exclusividade, segundo o Estadão/Broadcast.

Vários ativos da J&F, dona da Friboi, foram colocados à venda após as delações dos irmãos Batista, em maio. O grupo já vendeu importantes negócios, como as operações de carnes da América do Sul para o frigorífico Minerva, por US$ 300 milhões; a Alpargatas, para a Cambuhy e Itaúsa, por R$ 3,5 bilhões; e a Vigor, para o grupo mexicano Lala, em operação a ser concluída nos próximos dias.

Em maio, os irmãos Batista fecharam acordo de leniência com o Ministério Público Federal e se comprometeram a pagar uma multa de R$ 10,3 bilhão. Um acordo também está segundo discutido nos Estados Unidos, segundo fontes.

Bloqueio

Na quarta-feira, 2, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deferiu em parte pedido da Viscaya Holding Participações, de Lucio Funaro, contra a Eldorado e a J&F, para saldar uma dívida de R$ 44 milhões referente a um contrato de prestação de serviço. A juíza Luciana Bassi de Melo, da 5.ª Vara Cível do Foro Regional de Pinheiros, concedeu que caso necessário poderá haver o bloqueio dos bens da Eldorado.

Em nota, a Eldorado informou “que ainda não foi citada no processo de execução promovido pela empresa Viscaya. Portanto, desconhece o teor da decisão judicial que, alegadamente, bloqueou seus bens. Uma vez que a Eldorado seja intimida, apresentará as medidas judiciais necessárias à proteção de seus direitos.”

Em nota, “A J&F esclarece que não é verdadeira a informação de que o tribunal acatou o pedido de bloqueio  pleiteado por Lucio Funaro. Em despacho proferido hoje pela juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo é informado que não há, até o momento, fundamento fático e  documental para determinar o bloqueio de bens de empresas do grupo.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.