O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, investigado por desvio de fundos em obras contratadas após um terremoto em 2016, pediu asilo ao México, informou seu advogado Eduardo Franco nesta sexta-feira (22).

“Está confirmado, isso posso confirmar”, declarou Franco à AFP.

O ex-vice-presidente no mandato do então presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) está desde domingo (17) na embaixada do México em Quito, onde permanece como convidado.

Glas é investigado pelo Ministério Público pelo “caso de reconstrução de Manabí”, província costeira no centro do Pacífico equatoriano, devastada pelo terremoto de magnitude 7,8 há sete anos.

Em outro processo, ex-vice foi condenado em dezembro de 2017 a seis anos de prisão por um esquema de corrupção com a Odebrecht. Obteve liberdade condicional em 2022.

“Não há mandado de detenção. Há simplesmente um parecer para convidá-lo a dar uma versão ao Ministério Público”, afirmou a promotora equatoriana, Diana Salazar, em entrevista à CNN na quarta-feira (20).

Franco garante que o pedido de asilo de Glas é uma medida para proteger “sua vida, sua integridade física”. Alega que ele corre perigo, se for preso, pois, segundo o advogado, “o Estado não controla as prisões”, disse também à CNN.

A violência ligada ao tráfico de drogas assola as prisões do país, que se tornaram centros de operações criminosas e campos de batalha. Desde fevereiro de 2021, houve pelo menos uma dezena de massacres, devido a confrontos entre gangues rivais. Mais de 460 detentos morreram.

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