Ex-terrorista italiano retorna à prisão domiciliar na Argentina

BUENOS AIRES, 26 AGO (ANSA) – O italiano Leonardo Bertulazzi, ex-integrante do grupo terrorista de extrema esquerda Brigadas Vermelhas, retornou à prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica em Buenos Aires, na Argentina.   

O ex-terrorista de 73 anos, também conhecido como “Stefano”, estava detido desde agosto de 2024 após a revogação do status de refugiado que ele havia obtido em solo argentino em 2004. Ele estava foragido desde 1980 Bertulazzi é alvo de um mandado de prisão internacional por homicídio, ataques e confinamento ilegal. Ele teve participação direta no sequestro de um engenheiro naval em 1977 e já foi condenado a quase 30 anos de detenção. Nesta terça-feira (26), o Tribunal Federal de Cassação da Argentina anulou sua detenção, alegando sua idade avançada e seus problemas cardíacos e de visão. Bertulazzi terá direito a exames médicos e estará sob vigilância 24 horas por uma patrulha da Polícia Federal.   

“Esta é uma boa notícia, e o juiz Servini reconheceu a existência de seu direito sob a Convenção da ONU, aguardando a decisão final sobre seu status de refugiado”, celebrou o advogado do italiano, Rodolfo Yanzón.   

Com a decisão, o ex-membro das Brigadas Vermelhas foi transferido da prisão para a casa de sua esposa, em Buenos Aires, com quem vive há mais de 32 anos.   

A decisão é tomada após, em julho, a Suprema Corte da Argentina ter expressado parecer favorável à extradição do ex-terrorista para a Itália, considerando “infundadas” as razões apresentadas pela defesa do italiano em um recurso contra o retorno ao seu país natal.   

De acordo com Yanzón, Bertulazzi “deveria gozar de plena liberdade, com a extradição suspensa, pois uma extradição não pode prosseguir enquanto a proteção atual estiver em vigor”, visto que o juiz Sarvini “reconheceu a existência de seus direitos sob a Convenção da ONU, aguardando a decisão final sobre seu status de refugiado”.   

Se extraditado para a Itália no futuro, o ex-membro das Brigadas Vermelhas não será preso, mas terá direito a um novo julgamento pelo sequestro do empresário Pietro Costa e sua participação em uma quadrilha armada na década de 1970.   

O Tribunal de Apelação de Gênova terá que reexaminar o caso do zero, com a acusação obrigada a provar sua culpa quase 50 anos após os eventos, garantindo assim o direito a um julgamento justo sob a legislação italiana vigente. (ANSA).