Uma ex-soldado japonesa que foi agredida sexualmente por seus colegas anunciou nesta segunda-feira (30) que processará o governo e seus agressores depois de receber desculpas “superficiais” e maus-tratos.
A vítima, Rina Gonoi, de 23 anos, denunciou publicamente seus agressores em 2022, um ano depois de ingressar nas forças de autodefesa terrestres.
Gonoi entregou uma petição ao Ministério da Defesa em agosto, assinada por mais de 100.000 pessoas, exigindo uma investigação independente sobre os ataques que sofreu, depois que um primeiro processo judicial foi arquivado.
Cinco soldados foram demitidos em dezembro por este caso, mas Gonoi disse nesta segunda-feira que as desculpas que recebeu foram “superficiais”.
“Eu não queria entrar no caminho do conflito, mas não recebi nenhuma mensagem me assegurando que eles realmente se arrependem” do que fizeram, disse ela à imprensa.
Gonoi pede uma indenização total de 57.000 dólares de seus agressores por sofrimento psicológico e do governo por não ter impedido as agressões e não ter realizado uma investigação adequada.
O Exército admitiu em setembro que Gonoi era frequentemente vítima de abuso e agressões sexuais em sua unidade e durante as sessões de treinamento.
Sua denúncia levou a uma centena de acusações de assédio sexual e “trotes” nas Forças Armadas japonesas.
No Japão, as acusações de agressão sexual raramente são tornadas públicas e pouquíssimas vítimas de estupro se atrevem a se manifestar, apesar do movimento social #MeToo ter tido algum impacto no país.