A saída britânica da União Europeia (UE) prejudicaria a segurança europeia e apequenaria o Reino Unido, advertiram cinco ex-secretários-gerais da Otan, ao mesmo tempo que vários ex-secretários de Defesa e de Estado americanos também se pronunciaram contra a iniciativa.

Em uma carta publicada no jornal The Daily Telegraph, os secretários da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) afirmam que a saída minaria a aliança militar “e ajudaria os inimigos do Ocidente”, além de “levar indubitavelmente a uma perda da influência britânica”.

Os signatários são Peter Carington, Javier Solana, George Robertson, Jaap de Hoop Scheffer e Anders Fogh Rasmussen, que afirmam observar com “crescente preocupação” o debate sobre o referendo de 23 de junho.

“Dada a magnitude e diversidade dos desafios à paz e estabilidade que enfrentamos coletivamente, a comunidade euro-atlântica precisa de um Reino Unido ativo e comprometido”, ressaltam.

Em outra carta, publicada no jornal The Times, um grupo de 13 americanos, incluindo ex-secretários de Estado e Defesa, assim como autoridades da Segurança Nacional, afirmam que a Europa ficaria “perigosamente debilitada” no caso de vitória da saída da UE.

Além disso, alertaram que os britânicos não devem pensar na “relação especial” com Washington.

“O lugar e a influência do Reino Unido no mundo diminuiriam e a Europa sairia debilitada”, escreveram.

“A relação especial entre nossos países não compensaria a perda de influência e ascendência que o Reino Unido sofreria se deixasse de integrar a UE”.

Entre os signatários estão George Shultz, Madeleine Albright, Bob Gates e Leon Panetta, que, nesta questão, compartilham o ponto de vista que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou em sua visita a Londres no mês passado.

O ex-ministro da Defesa britânico Liam Fox, favorável à saída da UE, criticou os autores das cartas.

“Muitas destas pessoas são de uma era muito diferente da atual”, disse à BBC

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