O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, renunciou nesta segunda-feira (25) à prescrição em outubro do caso contra ele por suborno e fraude processual, enquanto sua apelação contra uma condenação de 12 anos de prisão domiciliar está sendo resolvida.
O popular ex-líder de direita (2002-2010) recebeu na primeira instância a pena máxima possível por tentar subornar ex-paramilitares para que o desvinculassem desses violentos esquadrões anti-guerrilha.
Antes da renúncia, o tribunal tinha até 16 de outubro para ratificar a condenação ou absolvê-lo. Após mais de uma década do litígio, o caso não será arquivado mesmo que essa data chegue.
“A condenação imposta é equivocada e injusta”, quero que “se reconheça minha inocência” e “renuncio ao direito de ser favorecido pela prescrição”, diz o documento ao qual a AFP teve acesso, apresentado ao Tribunal Superior de Bogotá, que estuda sua apelação.
Especialistas consultados pela AFP consideram que era pouco provável que a segunda instância permitisse a prescrição porque os magistrados responsáveis estão sujeitos a medidas disciplinares.
O pai da direita moderna colombiana sustenta que o julgamento contra ele está politizado e sob pressões da esquerda, no poder com o presidente Gustavo Petro.
Tudo começou em 2012, quando Uribe denunciou o senador de esquerda Iván Cepeda por um suposto complô para vinculá-lo a paramilitares.
Mas, em uma reviravolta inesperada da justiça, em 2018 a Suprema Corte começou a investigar Uribe por manipular testemunhas para desacreditar Cepeda.
O agora pré-candidato presidencial de esquerda acusa Uribe de buscar o arquivamento do processo “em outros momentos” por meio de atrasos e manobras jurídicas.
“Sentimos enormes pressões de sua parte, contra mim e contra as vítimas”, disse à rádio W. Ele assegurou que vai apresentar uma denúncia penal contra Uribe nos próximos dias.
A juíza responsável pelo caso, Sandra Heredia, também denunciou ameaças contra si.
“O que queremos é uma análise rigorosa e objetiva da apelação”, disse um dos advogados do ex-presidente, Jaime Lombana, também à rádio W.
A condenação de Uribe, líder do principal partido opositor Centro Democrático, marca a corrida eleitoral rumo às presidenciais de 2026.
Seu partido de direita, próximo ao governo dos Estados Unidos, é o favorito segundo as últimas pesquisas após o magnicídio do pré-candidato presidencial Miguel Uribe Turbay, sem parentesco com o ex-presidente.
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