Ex-presidente Quiroga lidera pesquisa para 2º turno na Bolívia

O ex-presidente de direita Jorge Quiroga aparece com vantagem sobre seu concorrente na corrida pelo segundo turno das eleições presidenciais de 19 de outubro na Bolívia, com uma intenção de voto de 47%, segundo pesquisa da Ipsos-Ciesmori difundida nesta quinta-feira (25).

Quiroga, de 65 anos, lidera a disputa contra o senador de centro-direita Rodrigo Paz, que concentra 39,3% das preferências.

Qualquer um que seja o vencedor colocará fim a 20 anos de governos de esquerda iniciados pelo líder indígena Evo Morales.

A pesquisa, que foi contratada e divulgada pela emissora de televisão Unitel, é a primeira publicada desde o primeiro turno realizado em agosto e revela uma mudança de tendência no eleitorado: Paz havia vencido com mais de cinco pontos de vantagem sobre seu rival.

Segundo a Unitel, 2.500 pessoas responderam à pesquisa entre os dias 18 e 21 de setembro. O levantamento tem margem de erro de 2,2%.

Em 19 de outubro, os bolivianos vão às urnas em meio a uma aguda crise econômica, derivada da escassez de dólares.

O governo do atual presidente Luis Arce quase esgotou suas divisas para manter uma política de subsídios aos combustíveis que drena gravemente suas reservas líquidas.

Os dois candidatos prometem resolver a situação crítica que afeta o bolso dos bolivianos, com uma inflação de 24,1% anualizada em agosto.

Quiroga, um engenheiro que governou entre 2001 e 2002, promete injetar divisas com um programa de empréstimos com organismos multilaterais de 12 bilhões de dólares (R$ 64 bilhões).

Também garante que fará um corte drástico dos gastos públicos, baseado no fechamento ou privatização de empresas públicas e na redução paulatina dos subsídios aos combustíveis.

A proposta de Paz, de 58 anos, é mais moderada. Ele pretende “arrumar a casa”, também com cortes de subvenções e “gastos supérfluos”, antes de solicitar créditos que aumentem a dívida externa.

Sob o lema “capitalismo para todos”, diz que eliminará barreiras burocráticas para atacar a informalidade econômica que afeta 80% do país.

A Bolívia tem 11,3 milhões de habitantes, é rica em gás e possui importantes reservas de lítio.

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