Rio – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solto na tarde desta sexta-feira. O despacho que autorizou sua saída da sede da Polícia Federal, em Curitiba, foi emitido pela Justiça Federal com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre presos em segunda instância. 

Lula estava preso desde o dia 7 de abril de 2018, condenado em segunda instância pelo então juiz federal Sergio Moro a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. 
Por conta da lei da Ficha Limpa, ele foi impedido de participar das eleições presidenciais de 2018, das quais era primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto. Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas, acabou eleito, e convidou Sergio Moro para comandar seu superministério da Justiça e Segurança Pública. 
De acordo com vazamentos de conversas do aplicativo Telegram, divulgados pelo site The Intercept Brasil, Moro agiu de forma parcial no julgamento de Lula, mantendo conversas privadas com o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e chegando até mesmo a orientar a promotoria de forma direta quanto às provas usadas na acusação contra o ex-presidente. 
Os vazamentos reforçaram o argumento da defesa do ex-presidente, que entrou com um pedido de habeas corpus alegando suspeição de Moro durante o julgamento. O processo que julga a suspeição do ex-juiz federal aguarda julgamento da Segunda Turma do STF.
Lula também foi condenado, em primeira instância, no caso do sítio de Aitibaia, pela juíza substituta Gabriela Hardt, da 13a Vara Federal de Curitiba, a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O caso está marcado para ser julgado pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF4) no dia 27 de novembro.


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