Conhecido nacionalmente por ter anulado as sessões do impeachment de Dilma Rousseff em maio do ano passado – e logo em seguida recuado da decisão – o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) desembarcou nesta quarta-feira, 5, em São Paulo para acertar sua filiação no PTB e dar os primeiros passos para o movimento “Geraldino” no Maranhão.

Aliado “incondicional” e “leal” do governador maranhense, Flávio Dino (PCdoB), o parlamentar pretende concorrer ao Senado pelo Estado no ano que vem e abrir seu palanque para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que pleiteia a vaga de candidato à Presidência em 2018 pelo PSDB.

“O Alckmin vai equalizar as forças políticas no Maranhão. Com certeza podemos ter uma aliança com ele lá, mas sem sair do grupo do Dino”, disse Maranhão à reportagem.

Ele participou na manhã desta quarta-feira de uma reunião em um hotel paulista com o deputado estadual Campos Machado, secretário-geral do PTB nacional, que já se alinhou publicamente com o projeto de Alckmin.

“A lealdade dele ao Dino é a mesma que eu tenho pelo Geraldo (Alckmin). O ato de filiação dele vai colocar o PTB no epicentro do Brasil”, disse Campos Machado.

Em 2014, Dino montou uma ampla aliança no Estado, para derrotar Roseana Sarney, que reuniu no mesmo palanque o PSDB, PT, PSB e PCdoB.

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O presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson avalizou a filiação, mas fez uma ressalva. “O PTB recebe a nomeação lembrando a ele que a orientação no partido é não apoiar mais o PT. O grande arrependimento que o PTB tem é ter se aliado ao PT no passado. Isso não vai se repetir”, disse.

Segundo Jefferson, a posição do partido é apoiar a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à presidência “ou quem ele indicar”. “Estamos muito próximo do Alckmin como candidato a presidente e não vamos aceitar dissidência não. Ele (Maranhão) vai ser bem recebido, mas depois não pode abrir uma dissidência para enfraquecer a unidade do partido”, disse.

Câmara

Na manhã desta terça, Maranhão explicou a anulação, com posterior recuo, do impeachment de Dilma e disse que não se arrepende. “A história vai provar que eu estava certo”, disse ele sobre a anulação do processo. Segundo ele, a pressão para voltar atrás na decisão foi “insuportável” e sua permanência no cargo até a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) só foi possível porque ele tomou decisões favoráveis a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eu precisava recuar para estar vivo aqui hoje.”

O parlamentar, que ao deixar a presidência da Câmara voltou ao baixo clero, garante que pretende fazer oposição ao governo Michel Temer até o final do mandato, apesar de estar em um partido da base governista. “Cada deputado é uma ilha. Nesse arquipélago todos priorizam a sobrevivência política”, disse ele.

Maranhão chegou a se aproximar da gestão Michel Temer, mas segundo ele, migrou para a oposição após não conseguir “espaço político”. O deputado afirma, ainda, que as reformas da Previdência e trabalhista “não são sustentáveis”. “Pelo sentimento das ruas, as reformas não são palatáveis”.


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