O ex-presidente do governo espanhol Mariano Rajoy acusou nesta quarta-feira os separatistas catalãs de quererem “liquidar a soberania nacional” ao organizar o referendo ilegal de outubro de de 2017, durante seu esperado testemunho no julgamento dos fatos.

O ex-dirigente conservador de 63 anos, no poder durante a tentativa de secessão de 2017, também lamentou a violência policial que marcou o referendo ilegal de independência na Catalunha e culpou os separatistas por ela.

“Se as pessoas não tivessem sido convocadas para um referendo ilegal e as decisões não tivessem sido tomadas em violação da lei, nem você nem eu nem qualquer outra pessoa teria que ver os ferimentos que algumas pessoas e alguns membros das forças de segurança do Estado sofreram”, afirmou.

Rajoy prestou seu depoimento ante a Suprema Corte em Madri, que julga 12 líderes separatistas pela tentativa de se separar da Catalunha da Espanha.

A promotoria pede entre 7 e 25 anos de prisão para os réus. A sentença não será conhecida antes de julho.

O líder conservador liderou a Espanha de dezembro de 2011 até a queda de seu governo em junho, em uma moção de desconfiança, motivada pela condenação de sua formação, o Partido Popular (PP), em um escândalo de corrupção.

Frequentemente, Rajoy é acusado de ter acabado alimentando o movimento de independência.

A esquerda o censura “por não ter tentado resolver o problema politicamente” e a direita “por não ter agido antes”, resume o cientista político Fernando Vallespín.