A Justiça Federal do Rio de Janeiro tornou réu o ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, por organização criminosa na Lava Jato fluminense, informou a instituição nesta quinta-feira.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª vara criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra 19 pessoas, incluindo Cartes e o doleiro Dario Messer, esse último acusado de ser o líder de uma rede de lavagem de dinheiro que operava entre Brasil, Paraguai e Uruguai desde 2000.
Em sua decisão, que a AFP teve acesso, Bretas considerou que “há motivos para que a ação penal tenha continuidade”.
A denúncia do Ministério Público afirma que Cartes, presidente do Paraguai de 2013 a 2018, estava associado a Messer, foragido por 14 meses antes de ser preso em São Paulo, em 31 de julho do último ano.
Segundo a investigação, Cartes ajudou Messer durante sua fuga, com uma transferência de US$ 500 mil que seria usada para “gastos jurídicos” do doleiro, realizada por intermédio de um amigo em comum.
Cartes, um rico empresário de 64 anos, faria parte de uma “rede formada por empresários, políticos e advogados”, como indica a decisão de Bretas.
A investigação identificou que mais de US$ 34 milhões foram gerenciados pela rede. Desse total, US$ 14,6 milhões pelas mãos do uruguaio Najun Turner e US$ 20 milhões pelo paraguaio Lucas Paredes.