ROMA, 13 AGO (ANSA) – A Procuradoria-Geral da República do México abriu um processo de investigação por corrupção contra o ex-presidente do país Enrique Peña Nieto (2012-2018) e seu ex-ministro de Finanças Luis Videgaray nesta quarta-feira (12).   

O procedimento foi aberto após o ex-diretor da petroleira Pemex Emilio Lozoya Autin começar a falar sobre o escândalo de corrupção que envolvem obras realizadas pela construtora brasileira Odebrecht no México.   

Segundo a denúncia, cerca de 500 milhões de pesos mexicanos (R$ 120 milhões) foram desviados, sendo que 100 milhões (R$ 24 milhões) teriam ido para a campanha eleitoral de 2012 do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e os outros 400 milhões (R$ 96 milhões) para Peña Nieto e Videgaray – que distribuíram a propina.   

O procurador-geral do México, Alejandro Gertz Manero, informou ainda que Autin deu detalhes sobre a transação, colaborando com a justiça mexicana. O ex-diretor está preso sob acusação de corrupção também após ter sido extraditado pela Espanha em julho deste ano.   

“Aquele que na sequência se tornou presidente [Peña Nieto] e o seu ministro de Finanças [Videgaray] são as pessoas que ordenaram que esse dinheiro fosse entregue a vários conselheiros estrangeiros que colaboraram e trabalharam na campanha”, acrescentou ainda.   

O representante da Justiça ainda destacou que o delator informou que cerca de 120 milhões de pesos (R$ 26,8 milhões) do montante total foi usado para garantir também o apoio de “um deputado e de cinco senadores” durante as votações que aprovaram as reformas estruturais no país entre 2013 e 2014. No entanto, o nome dos parlamentares não foi revelado.   

Apesar das denúncias, é provável que elas acabem não dando em nada. Isso porque a Procuradoria Especializada em Crimes Eleitorais do México já determinou que os fatos referentes à campanha eleitoral de 2012 prescreveram.   

Porém, os procuradores tentarão classificar o caso como mais amplo do que o crime eleitoral e focar na questão da aprovação do Pacto pelo México, uma das maiores bandeiras de Peña Nieto à frente da Presidência. (ANSA).