São Paulo – Assim que as portas de um parque de diversão eram fechadas para o grande público, o ex-presidente José David Breviglieri mantinha um ritual sagrado. Toda santa noite. Em romaria, ladeado por três seguranças, se direcionava até a tesouraria do parque.
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“Sabíamos que ele carregava dezenas de milhares de dinheiro naquela bolsa e levava para casa. Por isso, nossa preocupação sempre era muito grande. Tínhamos receio de sermos interceptados pelos criminosos no trajeto do parque até a residência dele”, disse um policial militar que trabalhou por alguns meses com David.
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Um procedimento republicano, segundo esse mesmo agente, seria que parte do dinheiro arrecadado na bilheteria, casas de troca de moeda e estacionamento fosse transportado com segurança para agência bancária a luz do dia.
Outra medida acima de qualquer suspeita, dependendo da quantia, seria contratar uma empresa que transportasse o dinheiro, o chamado carro-forte.
“Essa conduta dele (David) sempre nos causou estranheza e preocupação. Tínhamos que ficar em alerta a todo instante. Mas mesmo assim, seguíamos a determinação dele, apesar de todo o risco”, diz um outro policial militar que também fazia escolta do David.
Quando o parque recebia um público maior do que a média, de acordo com essas mesmas fontes, David convocava os filhos dele para ajudar no transporte do dinheiro do parque.
“Era o mesmo esquema: três seguranças faziam a escolta deles até a residência de cada um”, recorda o segurança, que depois completou. “Era uma situação arriscada ter que levar dinheiro vivo em plena noite”.
Após responder inúmeros processos na Justiça – boa parte deles por assédio moral -, David foi afastado da direção do parque.
Após responder inúmeros processos na Justiça – boa parte deles por assédio moral -, David foi afastado da direção do parque.