O ex-presidente de Honduras Porfirio Lobo compareceu nesta quarta-feira (10) ao primeiro dia de audiências em um julgamento no qual é acusado de corrupção junto ao também ex-mandatário Juan Orlando Hernández, preso por tráfico de drogas nos Estados Unidos.

Lobo chegou acompanhado por seus advogados ao tribunal onde a audiência começou com a presença de procuradores do Ministério Público, confirmou um jornalista da AFP.

As sessões, às quais a imprensa não têm acesso, devem se prolongar por tempo indeterminado, e incluem outros cinco acusados “por fraude e violação de deveres de funcionários”, afirmou o Poder Judiciário na rede social X (antigo Twitter).

Em 14 de dezembro, Lobo e outros cinco ex-funcionários compareceram à “audiência de declaração de réu”, quando o juiz impôs “medidas cautelares que incluem uma fiança de seis milhões de lempiras (R$ 1,87 milhão na cotação atual)”.

A acusação foi apresentada em 11 de outubro pela Procuradoria Especializada Contra Redes de Corrupção contra o ex-presidente Lobo (2010-2014), Juan Orlando Hernández, e outros seis ex-funcionários, mas um deles não compareceu à audiência e foi declarado foragido.

Hernández governou o país entre 2014 e janeiro de 2022, ano em que foi preso nos Estados Unidos, em abril, por tráfico de cocaína e uso de armas de fogo, acusações que podem levá-lo à prisão perpétua.

Segundo o porta-voz do Poder Judiciário, Melvin Duarte, Hernández será submetido a um “procedimento especial”, pois “seu destino é desconhecido” no julgamento que está sendo realizado em Nova York.

Lobo, por sua vez, atualmente se dedica à agricultura em sua região natal, Olancho, no leste de Honduras.

Juntamente a outros seis ex-funcionários, ambos “formaram uma rede de corrupção entre 2010 e 2013 que participou na expansão e aprovação de pagamentos de fundos públicos de mais de 288 milhões de lempiras (quase R$ 57 milhões)”, argumentou o MP.

Hernández, então presidente do Congresso, recebeu “pagamentos feitos por fundações […] para financiar a sua campanha política” que o levou ao poder em 2014, explicou.

Já o ex-presidente Lobo, autorizou “a transferência de recursos de um ministério para outro para facilitar os pagamentos às suas fundações usadas para drenar recursos”, acrescentou a acusação.

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