Ex-presidente da OAB comemora prisão de Bolsonaro e defende ‘bala na nuca’

Ex-presidente da OAB comemora prisão de Bolsonaro e defende 'bala na nuca'

O ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Felipe Santa Cruz utilizou as redes sociais para celebrar o anúncio de prisão domiciliar contra Jair Bolsonaro (PL), decretado na noite de segunda-feira, 4. A medida foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após o descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-mandatário.

“Hoje é um dia de festa!”, escreveu Santa Cruz na manhã desta terça-feira, na plataforma X (antigo twitter).

Nos comentários da publicação, ao ser questionado sobre o crime cometido por Bolsonaro, o advogado falou em “traição aos cânones democráticos” e foi enfático em dizer que, em um cenário ideal, a pena contra o político seria uma “bala na nuca”.

Santa Cruz ainda respondeu diversos outros usuários, muitas vezes utilizando palavrões e termos de baixo calão. Ele é lembrado por ter sido presidente OAB Nacional entre 2019 e 2022. Antes, liderou a OAB/RJ de 2013 a 2015. Em 2022, o advogado se filiou ao PSD e foi candidato a vice na chapa encabeçada por Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, para concorrer ao governo do Rio de Janeiro.

Ex-presidente da OAB comemora prisão de Bolsonaro e defende 'bala na nuca'

Bolsonaro em prisão domiciliar

O decreto de prisão contra Jair Bolsonaro ocorreu na noite da segunda-feira, 4, após descumprimento de medidas cautelares estabelecidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Bolsonaro está com tornozeleira eletrônica e proibido de usar as redes sociais desde junho, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Na época, Moraes entendeu que o ex-presidente atentou contra a soberania do País ao instigar o governo dos Estados Unidos à aplicar o tarifaço contra o Brasil.

Além de estar proibido de usar as próprias redes sociais, o ex-presidente também não poderia usar contas de terceiros para publicar declarações suas. Para Moraes, no entanto, Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares após ter fotos e vídeos publicados nas redes sociais de apoiadores assistindo as manifestações em seu apoio realizadas no domingo, 3.

Ignorando e desrespeitando o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, o réu reiterou sua conduta delitiva, diversas vezes, tanto na produção de imagens, quanto nas ligações de áudio e vídeo, como também na divulgação maciça de seu apoio, via divulgação de suas imagens nas redes sociais, em relação às medidas coercitivas aos SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, com o claro intuito de obstruir a justiça, evidenciando a continuidade delitiva em relação aos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração penal que envolve organização criminosa”, disse o ministro, em sua decisão.

Alexandre de Moraes pontuou uma publicação feita pelo filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em que colocou uma fala do ex-chefe do Planalto antes dos atos no Rio de Janeiro. A publicação foi excluída horas depois por “insegurança jurídica”.