BOGOTÁ, 19 AGO (ANSA) – O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe , que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto após determinação do Supremo Tribunal Federal, decidiu renunciar ao cargo de senador nesta terça-feira (18).
Líder do governo colombiano entre 2002 e 2010, Uribe é alvo de um inquérito por ter supostamente manipulado testemunhas contra o opositor e senador de esquerda Iván Cepeda.
O pedido de renúncia foi enviado em carta destinada ao presidente do Senado, Arturo Char, na qual Uribe também denunciou violações de “oito garantias processuais” e alegadas atividades ilegais contra si e seu advogado.
Em nota, o ex-líder colombiano afirma que a prisão viola garantias processuais e ressalta que não existe provas das acusações.
“A medida anula qualquer expectativa de poder voltar ao Senado.
Os atos e decisões de indivíduos ajudam a dar respeito pelas instituições nas quais atuam ou acarretam em todo o contrário”, escreveu.
De acordo com alguns analistas, a renúncia de Uribe, considerado o líder político mais poderoso da Colômbia nos últimos 20 anos, teria ocorrido devido a uma estratégia jurídica.
O ex-presidente, que testou positivo para o novo coronavírus, cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto no âmbito do processo em que ele é acusado de manipulação de testemunhas contra Cepeda e de obstrução de justiça.
O processo de Uribe teve início em 2012, quando apresentou uma denúncia ao senador de esquerda por um suposto complô contra ele, apoiado em falsos testemunhos. No entanto, em 2018, a Corte arquivou o inquérito envolvendo Cepeda e abriu uma investigação contra o ex-presidente. Com isso, Uribe passou a ser investigado por fraude processual e suborno, crimes que podem resultar em até oito anos de prisão. (ANSA)