LA PAZ, 11 JUN (ANSA) – A ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Añez, 54 anos, foi condenada a 10 anos de prisão na noite desta sexta-feira (10) por ter realizado um golpe de Estado em 2019. A política, que está presa há mais de 15 meses, deve cumprir a pena no presídio de La Paz.
O juiz Germán Ramos afirmou que há “plena convicção” de que Añez “cometeu crimes de resolução institucional e negligência de dever”. O caso fazia parte do processo “Golpe de Estado II” e a defesa da ex-mandatária afirmou que ela era inocente.
Añez, que era senadora, assumiu o poder em 12 de novembro de 2019, sucedendo o então presidente Evo Morales, que havia sido reeleito para um quarto mandato. O líder político havia renunciado após uma forte pressão da oposição e das Forças Armadas bolivianas.
Os opositores afirmavam que havia ocorrido uma “fraude” na votação, mas nunca houve comprovação de qualquer problema nas urnas.
Assim que assumiu o poder, depois de todos que estavam à sua frente na linha de sucessão também renunciarem, Añez ordenou uma forte repressão policial às manifestações daqueles que defendiam Evo e que resultaram na morte de 35 civis.
Após a sentença, o Ministério da Justiça da Bolívia publicou um comunicado no qual sustenta que a “fase decisiva” do processo de recuperação da democracia foi concluída e que todo o processo contra Añez foi feito dentro “dos princípios e garantias”.
“Essa sentença prova todas as violações cometidas pela senadora Añez ao se proclamar presidente de Estado em violação ao artigo 169 da Constituição em matéria de sucessão constitucional e dos regulamentos da Câmara dos Deputados e do Senado”, afirma ainda a nota.
Já os opositores criticaram o veredicto contra a política, dizendo que o partido do governo controla a justiça. (ANSA).