LA PAZ, 6 NOV (ANSA) – A política boliviana Jeanine Añez, que se autoproclamou presidente interina do país em 2019, deixou nesta quinta-feira (6) a prisão de Miraflores, em La Paz, após quase cinco anos de encarceramento.
A libertação de Añez aconteceu após a Suprema Corte de Justiça anular sua sentença de 10 anos de detenção pela suposta tentativa de golpe que a levou ao poder.
Ao deixar a prisão, Añez, visivelmente emocionada e cercada por seus filhos, advogados e um grupo de apoiadores, relatou seu sofrimento no presídio, onde, segundo ela, foi tratada como uma “verdadeira criminosa”.
Apesar de sua saúde debilitada, a política boliviana mencionou que saiu mais forte do presídio. Ela também expressou sua gratidão pelo apoio que recebeu durante seus 1.710 dias na cadeia.
A anulação da decisão judicial contra Añez ocorreu em um novo contexto político para a Bolívia, marcado pelo retorno ao poder de um presidente conservador, Rodrigo Paz, que assumirá o cargo em 9 de novembro, encerrando mais de 20 anos de governos de esquerda liderados pelo Movimento ao Socialismo (MAS).
Añez, que era senadora, assumiu o poder em 12 de novembro de 2019, sucedendo o então presidente Evo Morales, que havia sido reeleito para um quarto mandato. O líder político havia renunciado após uma forte pressão da oposição e das Forças Armadas bolivianas.
Assim que assumiu a presidência, depois de todos que estavam à sua frente na linha de sucessão também renunciarem, Añez ordenou uma forte repressão policial às manifestações daqueles que defendiam Evo e que resultaram na morte de 35 civis. (ANSA).