Guilherme Boulos (PSOL) dedicou grande parte de seu tempo de propaganda eleitoral nesta semana a Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PT) e Luiza Erundina (PSOL), além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Todos apoiam sua candidatura à prefeitura de São Paulo.

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Os três cabos eleitorais já estiveram no cargo que ele almeja ocupar. Erundina foi prefeita de 1989 a 1992, Marta, de 2001 a 2004, e Haddad, de 2013 a 2016, todos pelo PT. Todos falaram nos programas de rádio e televisão de Boulos de segunda-feira, 9, e terça, 10, com declarações dadas em comícios do psolista.

Mas os ex-prefeitos podem transferir parte de suas rejeições para o apadrinhado. Marta e Haddad não conseguiram reeleger. A ex-ministra foi derrotada por José Serra (PSDB) no segundo turno de 2004, enquanto o atual ministro da Fazenda perdeu ainda no primeiro turno em 2016, quando João Doria (então no PSDB) foi eleito. Ele teve 16,7% dos votos.

Marta ainda tentou voltar a cargo em 2008 e 2016, e viu sua votação encolher. Foram 32,8% no primeiro e 39,3% no segundo turno contra Gilberto Kassab (então no DEM), e 10,1% na tentativa derradeira. Ela volta às urnas na eleição atual como candidata a vice de Boulos.

Já Haddad encerrou seu período no Edifício Matarazzo com a pior avaliação entre os prefeitos que tentaram a reeleição, segundo o Datafolha. Em julho de 2016, a cinco meses do fim do mandato, sua gestão era avaliada como ruim ou péssima por 48% dos entrevistados. Para 14%, ela era ótima ou boa.

Erundina concluiu o mandato com alta rejeição. Ela não concorreu à reeleição porque, em 1992, isso ainda não era autorizado pela Legislação, mas registrava 20% de aprovação popular naquele ano, de acordo com o Datafolha. A deputada disputou o cargo novamente em 1996, sendo derrotada por Celso Pitta (PPB, morto em 2009) no segundo turno, e em 2016, quando conquistou 3,18% dos votos.