04/07/2024 - 8:08
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 4, a segunda fase da Operação Venire, que apura a existência de associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.
De acordo com a GloboNews, os alvos da operação são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário estadual de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e a secretária municipal de Saúde de Duque de Caxias, Celia Serrano.
Na atual fase são cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria-Geral da República, contra agentes públicos vinculados ao município de Duque de Caxias (RJ), que seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 naqueles sistemas.
A ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento. Ao todo, são cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias.
Em nota à ISTOÉ, a Prefeitura de Duque de Caxias destacou que a segunda fase da operação Venire não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade. A administração municipal informou ainda que “não se manifestará” sobre o mandado contra a secretaria de Saúde da cidade “considerando o sigilo que recobre os atos nesta manhã realizados”.
Bolsonaro indiciado
Em março, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, na investigação que apura suspeita de fraude na carteira de vacinação contra a covid-19 do ex-chefe do Executivo federal. A PF imputa a Bolsonaro e Cid os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
A PF concluiu no relatório que o ex-presidente “agiu com consciência e vontade” para a fraude em sua carteira de vacinação, determinando que o ex-ajudante de ordens “intermediasse a inserção de dados falsos” no sistema do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha Laura. A investigação também correlaciona o fato à investigação que o colocou Bolsonaro no centro de uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Além do ex-presidente e do ex-ajudante de ordens, foram indiciadas outras 15 pessoas, entre elas o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), o coronel Marcelo Costa Câmara e o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Barros. Gabriela Santiago Ribeiro Cid, mulher de Mauro Cid, também foi indiciada.