WASHINGTON, 22 JUL (ANSA) – Uma juíza federal dos Estados Unidos condenou na última segunda-feira (21) um ex-policial do Kentucky a quase três anos de prisão por uso excessivo de força durante a operação de 2020 que matou a mulher negra Breonna Taylor dentro de sua própria casa.
A decisão foi tomada após o Departamento de Justiça do presidente Donald Trump ter solicitado ao juiz que o prendesse por um único dia, pena que ele já havia cumprido quando foi preso no início do processo.
Breonna foi assassinada por policiais de Louisville, no estado norte-americano de Kentucky, após eles entrarem sua residência com um mandado chamado “no knock”, que os autorizada a derrubar a porta sem aviso prévio.
Na ocasião, o namorado da mulher de 26 anos pensou que fosse ladrões e, como tinha porte de arma, atirou contra os agentes, levando-os a revidar. A morte de Breonna provocou uma onda de protestos no país em prol de justiça racial e contra a brutalidade policial, assim como o assassinato de George Floyd, em Minneapolis, por um agente branco.
Brett Hankison, que disparou 10 tiros durante a operação, foi o único policial presente no local a ser acusado pela morte da mulher. Ele é a primeira pessoa condenada à prisão no caso.
A juíza distrital Rebecca Grady Jennings condenou Hankison a 33 meses de prisão e três anos de liberdade condicional, durante uma audiência na qual expressou surpresa por ninguém ter ficado ferido na operação.
Jennings expressou decepção com o pedido “inconsistente e inapropriado” dos promotores federais, afirmando que o Departamento de Justiça tratou as ações do ex-policial como “um crime irrelevante”.
O advogado de direitos civis Ben Crump, que ajudou a família de Breonna a obter um acordo de US$ 12 milhões por homicídio culposo da cidade de Louisville, chamou a recomendação do Departamento de Justiça de “um insulto à vida de Breonna Taylor e uma flagrante traição à decisão do júri”. (ANSA).