Renata Russi dos Santos, 33, ex-soldado da Polícia Militar, entrou com uma representação na Corregedoria da PM para que um cabo, seu superior direto, seja investigado por assédio sexual e moral, além de multas inventadas em documentos públicos, nesta quinta-feira (27). A apuração é do UOL.

Segundo Renata, os assédios começaram no início de maio de 2020, quando ela atuava na 4ª Companhia do 7º Batalhão da PM de São Paulo. Na PM desde 2018, Renata precisou lidar com mensagens de cunho sexual enviadas pelo superior. A ex-PM guardou os textos para usar como provas contra o superior. Nessas mensagens, o cabo pede para ela tirar fotos enquanto tomava banho no vestiário do quartel.

“Com medo de sofrer represálias por ele ser um superior hierárquico e por eu também não ter nenhum interesse de cunho sexual por ele, inclusive por saber que era casado, me esquivei das investidas sempre de forma muito educada e delicada”, contou ao UOL. Mas o cabo não gostou. Após ser rejeitado, começou a assediá-la moralmente.

“Ele sempre me chamava para ter conversas em particular, quando me humilhava, falava comigo em tom ameaçador, me coagia. Ele usava da prerrogativa dele de superior hierárquico com o objetivo de me obrigar a fazer aquilo que ele queria”, afirmou. Os assédios duraram 8 meses, até que, em janeiro de 2021, quando estava no alojamento feminino, fora do horário de serviço, e superior a chamou para conversar fora da companhia.

Ao abrir uma representação contra o cabo, Renata ouviu da PM que a solicitação era “improcedente”. Foi quando decidiu pedir exoneração do seu cargo e se mudou para uma cidade no interior de São Paulo. A Polícia Militar informou, por nota, que nenhuma denúncia havia sido registrada por Renata e que assim que for feita a Corregedoria irá apurar. “A Polícia Militar é uma instituição legalista e não coaduna com desvios de condutas”.