O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira, 24, que o ex-policial militar do Rio de Janeiro Élcio de Queiroz teria confessado, em delação premiada, envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Ele ainda teria confirmado que Ronnie Lessa estava dentro do veículo e supostamente atirou contra as vítimas.

Resumo:

  • Em delação premiada, o ex-policial militar teria afirmado que foi o responsável por dirigir o carro que perseguiu Marielle Franco;
  • O depoimento já foi homologado pela Justiça;
  • Élcio de Queiroz receberá os benefícios do acordo de delação premiada, mas continuará preso.

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Em entrevista coletiva, o ministro afirmou que o ex-policial militar também teria indicado a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que foi preso pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira.

Maxwell havia sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. A promotora do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) Simone Sibilio, responsável pela investigação do caso, afirmou, em entrevista, que Correa foi proprietário do carro utilizado para ocultar um arsenal de armas de Ronnie Lessa, preso e acusado pelo crime.

Delação premiada

“O senhor Élcio narra a dinâmica do crime, narra a participação dele próprio e do Ronnie Lessa e aponta o Maxwell e outras pessoas como copartícipes”, afirmou o ministro da Justiça.

Dino ressaltou que a declaração foi realizada há cerca de “15, 20 dias” e teve de ser homologada pela Justiça. Durante o depoimento, o ex-policial militar teria afirmado que dirigia o carro que perseguiu a vereadora Marielle Franco.

“As provas colhidas e reanalisadas pela Polícia Federal de fevereiro para cá confirmaram, de modo inequívoco, a participação do senhor Élcio e do senhor Ronnie, e isso conduziu à delação do Élcio”, acrescentou.

O ministro explicou que o ex-policial militar receberá benefícios em razão do acordo de deleção premiada, mas ele continuará detido em regime fechado.

“A partir de agora, as instituições envolvidas terão os elementos necessários para o prosseguimento da investigação. Não há, de forma alguma, a afirmação de que a investigação se acha concluída, pelo contrário. O que acontece é uma mudança de patamar da investigação”, afirmou. “Há aspectos que ainda estão sob investigação, em segredo de Justiça. O certo é que nas próximas semanas provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhidas no dia de hoje (segunda)”, completou.