11/11/2023 - 12:00
O nome de Josmar Verillo, ex-executivo da empresa indonésia Paper Excellence, voltou a estar ligado ao STF nesta semana. O empresário ficou notório por suas agressões verbais nas redes sociais contra os ministros da Corte, que ele já classificou como “corruptos”, “aproveitadores”, “eunucos morais” e “aliados da criminalidade”, entre outros adjetivos.
Agora, o nome de Verillo está em um processo sobre a mesa de Dias Toffoli, um dos ministros contra quem ele já desferiu ofensas como “decrépito”, “canalha” e “facínora”, “que deveria estar nas masmorras e não jogando a sociedade na lama”.
A petição em questão foi apresentada pela J&F Investimentos, que pediu a Toffoli a extensão de medidas concedidas a outras empresas atingidas pela Lava-Jato para ter acesso às mensagens de Telegram trocadas por procuradores na chamada Vaza-Jato. Enquanto analisa as provas, a empresa pediu também que o STF suspenda o vencimento de parcelas da multa de seu acordo de leniência e a conclusão de negócios que foi forçada a realizar a preços desfavoráveis em decorrência da assinatura do acordo.
A J&F vê indícios que nessas mensagens há provas de que ela foi vítima de ilegalidades na negociação da sua leniência.
É aí que entra Verillo, o primeiro representante da ONG Transparência Internacional no Brasil. A ONG atuou como parceira do Ministério Público na negociação de acordos de leniência como os da Odebrecht e da própria J&F e queria ficar com os recursos pagos pelas empresas como gestora de fundações sociais. A ideia não prosperou, mas a J&F cita que foi forçada a vender ativos para atender as exigências do MPF na negociação. Entre os ativos, a Eldorado Celulose, comprada justamente pela Paper Excellence.
OUTRO LADO – JOSMAR VERILLO
Esclareço que nunca tive qualquer tipo de ingerência sobre o acordo de leniência realizado entre o MPF e a J&F, bem como nunca fui representante da ONG Transparência Internacional.
Ao contrário do que diz a notícia, também não desferi as ofensas citadas ao ministro Dias Toffoli.
Além disso, nunca exerci nenhum cargo executivo na Paper Excellence. Sou presidente de uma companhia do setor de agronegócio e, eventualmente, atuo como conselheiro e consultor independente para outras empresas, assim como a Paper.
Vale destacar que passei a prestar serviço de consultor independente para a Paper Excellence em agosto de 2018 – um ano após a compra da Eldorado ser efetivada. E na época em que a J&F e o MPF fecharam o acordo de leniência, no primeiro semestre de 2017, eu não conhecia e tampouco tinha qualquer relacionamento profissional com a Paper Excellence.
Josmar Verillo