O julgamento de um ex-padre americano acusado de abusar de meninas durante anos em um orfanato no Timor Leste começou esta semana neste país católico no Sudeste Asiático.

Richard Daschbach, de 84 anos, acusado de agressão sexual, pornografia infantil e violência, pode ser condenado a até 20 anos de prisão.

O caso divide a ex-colônia portuguesa onde, durante muito tempo, este homem foi uma figura venerada por ter criado o orfanato e refúgio Topu Honis no início dos anos 1990. Nele, ofereceu hospedagem, alimentação, roupas e educação para centenas de órfãos e crianças pobres.

Após vários adiamentos, as audiências começaram na quarta-feira com a participação do acusado por vídeo da capital timorense, Díli.

Mas o julgamento, ao qual a imprensa não tem acesso, foi novamente adiado nesta quinta-feira para julho, a pedido da defesa por problemas técnicos.

Pelo menos 15 mulheres acusaram Richard Daschbach de as ter sujeitado a carícias e relações sexuais forçadas quando crianças na instituição católica localizada em Oecusse, um enclave timorense na Indonésia.

“Esperamos que o processo possa trazer a verdade e que sejamos livres para avançar em nossas vidas”, disse uma das vítimas, sob anonimato, que morou por oito anos no orfanato.

Várias vítimas acusaram o padre de ter feito listas com os nomes das menores que tinham que passar a noite com ele. Segundo elas, ele cometeu vários estupros.

Neste país de maioria católica, uma parte da população duvida das acusações. Muitas vítimas também não querem ser identificadas por medo de retaliação.

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