ROMA, 29 AGO (ANSA) – O ex-número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Iván Márquez, desaparecido há mais de um ano, reapareceu nesta quinta-feira (29) em um vídeo para anunciar uma nova fase da luta armada no país.
Acompanhado por cerca de 20 homens armados, incluindo o ex-comandante das Farc Jesus Santrich, que está foragido da Justiça colombiana, Márquez fez a leitura do manifesto “Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer”, em uma gravação de 32 minutos publicada no Youtube. “Anunciamos ao mundo que uma nova Marquetalia [berço histórico da rebelião armada] começou sob proteção do direito universal que ajuda todos os povos do mundo a se levantarem contra a opressão”, declarou. A decisão foi tomada cerca de três anos depois da assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e a guerrilha que encerrou 52 anos de conflito. “Nunca fomos vencidos ou ideologicamente derrotados. É por isso que a luta continua”, acrescentou Márquez, que foi chefe da delegação das Farc nas negociações de paz em Havana e foi nomeado senador do partido nascido do grupo. No entanto, ele não assumiu o cargo por não ter tomado posse. Segundo o guerrilheiro, a medida foi anunciada porque é uma resposta à traição do Estado ao acordo de paz [de 2016]”.
No manifesto, Márquez ainda informa que terá como objetivo “a oligarquia exclusiva e corrupta, a máfia e a violência que acredita ser capaz de continuar bloqueando a porta para o futuro de um país”. Além disso, ele ressaltou que o grupo tentará formar alianças com a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN).
Apesar da confirmação de Márquez, o ex-comandante das Farc Rodrigo Londoño, conhecido como Timochenko, negou o retorno da guerrilha à luta armada. “A grande maioria continua comprometida com o acordo, apesar de todas as dificuldades e perigos. Estamos com a paz”, escreveu no Twitter. (ANSA)