Ex-mulher e ex-sogra são indiciadas por ajudar na fuga de Lázaro Barbosa

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A Polícia Civil de Goiás concluiu as investigações relacionadas à rede de apoio dada ao fugitivo Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, morto no último dia 28 após troca de tiros com policiais em Águas Lindas de Goiás (GO). Além do fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, outras quatro pessoas foram indiciadas, entre elas a então esposa de Lázaro, a ex-companheira e a ex-sogra.

De acordo com a polícia, as três tiveram contato com o fugitivo durante a perseguição, que durou 20 dias, e não o denunciaram. Elas foram indiciadas por auxílio a suspeito para que fuja de ação policial. Se condenadas, podem pegar de um a seis meses de prisão e multa.

“Ainda está sendo apurada [a participação] de outras pessoas. Nada impede que, surgindo provas, sejam instaurados devidos procedimentos”, reforçou o titular da 17ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Goiás, delegado Cléber Martins.

No total, a polícia concluiu 13 inquéritos relacionados a Lázaro, que foram remetidos ao Poder Judiciário. A operação de captura a Lázaro Barbosa mobilizou mais de 270 agentes de Goiás, Distrito Federal e das forças de segurança federais. Foram utilizadas dezenas de viaturas, quatro helicópteros e cerca de 10 drones. O suspeito foi encontrado e morto no dia 28 de junho.

De acordo com o titular da SSP-GO, Rodney Miranda, a Polícia Civil avalia agora solicitar à Justiça o sequestro da propriedade rural do fazendeiro denunciado. “Nós estamos estudando [essa possibilidade] para que, com a futura venda dessa propriedade, possamos amortizar o gasto feito para a captura dele [Lázaro], visto que, ao escondê-lo lá, ele atrasou em pelo menos uma semana a operação”, informou o chefe da pasta.

Fazendeiro já é réu

No início deste mês, o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista se tornou réu por auxiliar na fuga de Lázaro. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o homem também vai responder por posse ilegal de arma.

Na denúncia, a promotora de Justiça Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello narra que pelo menos desde 18 de junho até o momento da prisão do fazendeiro, em 24 de junho, Elmi deu guarida a Lázaro, fornecendo-lhe repouso, comida e escondendo-o em sua fazenda, de maneira a retardar e dificultar o trabalho da força-tarefa montada para capturar o criminoso.

Histórico de Lázaro Barbosa

Lázaro tinha uma condenação por homicídio, na Bahia, e também era procurado no DF e em Goiás por crimes de rouboestupro porte ilegal de arma de fogo. Ele foi preso em 2009, mas conseguiu fugir do Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, em 2016. À época, não retornou da saída temporária de Páscoa. Em 2018, ele foi detido novamente, desta vez em Águas Lindas de Goiás, mas escapou da prisão poucos meses depois.

O homem que a polícia perseguia era acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia, no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15. O foragido também era apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos. O corpo dela foi encontrado no dia 12 de junho à beira de um córrego.

Lázaro também era investigado como suspeito da morte de um caseiro de uma fazenda no distrito de Girassol, em Cocalzinho de Goiás, no último dia 5 de junho. Durante a fuga, Lázaro invadiu chácaras, furtou um carro e o abandonou na BR-070, fez uma família refém e trocou tiros com a polícia.