O georgiano Nikoloz Basilashvili, ex-top 16 e atual 32º da ATP, está sendo julgado por violência doméstica contra sua ex-mulher Nelli Dorokashvili na justiça de seu país e nesta terça-feira foi a vez da vítima prestar depoimento.

De acordo com o jornal argentino La Nación, o processo que começou em maio de 2020 após o tenista ser preso por violência contra Dorokashvili, tem tido suas sessões adiadas em razão da agenda do tenista no circuito mundial. Basilashvili tem acompanhado todas as audiências do caso através de vídeo-conferência, enquanto compete mundo afora.

Nesta terça, foi a vez de Dorokashvili ser ouvida e a ex-mulher detalhou o sofrimento que passou desde o primeiro dia de seu casamento. Ela contou que no dia do seu casamento, em 2013, cerca de 1 ano e 6 meses depois do dia em que se conheceram em 2011, Basilashvili mostrou-lhe que ela conhecia outra pessoa.

Dorokashvili relata que o tenista brigou com a própria mãe e com ela no dia da celebração: Antes no vivíamos juntos. Caminábamos en el parque durante una o dos horas. “Descobri no dia do casamento que conhecia outra pessoa. Uns cinco ou seis meses depois disso, comecei a ser humilhada, sempre citada de maneira depreciativa e isso foi seguido por violência física”.

“Teve uma situação em que eu me deitei na cama depois de uma discussão e me jogaram água fria no ouvido enquanto tinha os olhos fechados. Essas situações de maltratos foram de diversas formas: me agarrando e puxando pelo cabelo, colocando comida na minha cabeça… quando ele conquistava qualquer sucesso em sua carreira, ele me dizia: ‘Eu sou o rei’ e que eu deveria me comportar como sua súdita”, seguiu Dorokashvili.

A ex-mulher do tenistas seguiu contando situações de humilhação e traumáticas que passou dentro da relação. Segundo ela, a gestação de seu filho com Basilashvili, Lukas (nascido em 2015), foi saudável, porém muito solitária: “Passei boa parte deste tempo sozinha. Mesmo tendo uma gestação saudável, a atitude de Nikoloz foi determinar de que eu ficaria em casa e eu obedeci. Mesmo grávida, ele se referia a mim com nomes de animais: “Rata”, “Cobra”, “Pulga”. Ele inclusive usava das mesmas palavras para se referir a pessoas da minha família”.

A investigação então questionou Dorokashvili sobre a razão pela qual permaneceu casada, mesmo diante de tantos episódios de violência, e ela comentou que temia sofrer algum tipo de represária: “Conversas sobre separação eram comuns em nossa família, quase toda semana. Eu não precisava dizer que ia me divorciar”, destacou ela que pediu o divórcio no fim de 2019 e foi agredida pelo tenista em sua casa em maio de 2020, após entrar com um pedido de pensão alimentícia.

Na ocasião, Dorokashvili teria sido agredida na frente do filho do casal e seu pai foi quem chamou a polícia. Basilashvili foi preso em flagrante na casa da ex, passou a noite preso e foi solto após pagar uma ficança de 28 mil euros.

Apesar da defesa e agentes do atleta afirmarem que ele já ‘provou sua inocência’, a polícia georgiana abiu inquérito e decidiu processar Basilashvili, que espera pela finalização do processo para conhecer sua pena ou ser inocentado. Pela lei georgiana, Basilashvili pode ser condenado a até 400 horas de serviços comunitários ou mesmo a detenção pelo período de 1 a 3 anos.