O TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) concedeu uma medida protetiva a Leandra Guedes, ex-mulher do deputado federal André Janones (Avante-MG), após ela acusar o parlamentar de chantageá-la com fotos íntimas.
Leandra Guedes também é filiada ao Avante e exerce o cargo de prefeita de Ituiutaba, cidade localizada no interior de Minas Gerais, onde Janones nasceu.
A decisão judicial, segundo o UOL, saiu em dezembro de 2024, após Leandra denunciar o parlamentar à Justiça por ameaças e perseguição. Os advogados da prefeita alegaram na ação que o deputado enviou uma foto íntima dela para um secretário municipal após não ter conseguido interferir internamente na sede municipal.
Ainda de acordo com a denúncia, o deputado teria ameaçado expor publicamente conteúdos de teor pornográfico da prefeita, gravado enquanto os dois tinham um relacionamento. Leandra e Janones tiveram uma união estável entre os anos de 2014 e 2018, mas foi marcada por uma série de “idas e vendas”, segundo os advogados de Guedes.
O juiz Paulo Fernando Naves de Resende, ao analisar o caso, afirmou que o caso “descortina um possível contexto de violência psicológica e moral”, e determinou que o parlamentar está proibido de se aproximar da ex-mulher e dos familiares dela, de entrar em contato e divulgar vídeos e imagens sobre ela, sob pena de prisão em flagrante se descumprir a medida protetiva.
As medidas, inicialmente, têm validade de seis meses, podendo ser prorrogadas quantas vezes forem necessárias.
Leandra foi eleita para a Prefeitura de Ituiutaba em 2020 e reeleita no pleito de 2024. Antes disso, trabalhou como assessora parlamentar de Janones e chegou a ser investigada junto ao parlamentar no inquérito sobre um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete dele. O caso foi encerrado em março, depois do deputado fechar um acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Ameaças antigas
Durante o processo, a defesa de Leandra afirmou que as ameaças do parlamentar seriam antigas. Desde o término do relacionamento, Janones teria exercido “retaliações, coações, ameaças, de ordem pública e pessoal”.
“[André Janones] nunca aceitou que a [prefeita] tivesse um relacionamento fixo, e agora, após a mesma iniciar um namoro com outra pessoa, André passou a exercer retaliações, coações, ameaças, de ordem pública e pessoal, o que tem lhe trazido enorme angústia e aflição”, disseram.
A defesa também destacou que as sucessivas ameaças têm ocasionado “abalos psicológicos e evidentes constrangimentos”.
À IstoÉ, o TJ-MG explicou que o “processo tramita em segredo de Justiça”. A reportagem também procurou Leandra Guedes e Janones para se posicionarem sobre o caso, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto.